
Imagine tentar dormir com um baixo vibrante que parece vir diretamente do seu quarto? Pois é exatamente isso que os moradores da Rua Halfeld, no centro de Juiz de Fora, vinham enfrentando há meses. A paciência simplesmente esgotou.
Na última quinta-feira (11), a prefeitura decidiu agir - e agiu forte. O bar em questão, que funcionava até altas horas com música em volume ensurdecedor, finalmente recebeu a interdição que muitos consideravam inevitável.
Vizinhos à beira de um ataque de nervos
"Era impossível descansar", desabafa uma moradora que preferiu não se identificar. "Depois das 23h, o som aumentava como se estivéssemos numa boate, não num residencial." Ela não está exagerando: as denúncias se acumulavam no órgão municipal há semanas.
O que mais chocou os fiscais foi a flagrante desconsideração com a lei. O estabelecimento nem sequer possuía isolamento acústico adequado - basicamente transformando a calçada em uma extensão de sua área de festas.
A ação fiscal surpreendeu
Por volta das 22h de quinta, quando o barulho começava a atingir seu pico, a equipe de fiscalização apareceu. Medições com decibelímetro não deixaram dúvidas: os níveis ultrapassavam em muito o permitido pela legislação municipal.
E não foi apenas o excesso de decibéis. A vistoria encontrou outras irregularidades: falta de alvará específico para eventos musicais e condições de segurança questionáveis. Um verdadeiro pacote de problemas.
O proprietário tentou argumentar, é claro. Disse que "só estava tentando ganhar a vida" e que "não sabia" das restrições. Mas a prefeitura foi categórica: primeiro se regulariza, depois reabre.
E agora, o que acontece?
A interdição é temporária, mas não será levantada tão cedo. O dono do estabelecimento terá que:
- Instalar isolamento acústico adequado
- Obter todos os alvarás necessários
- Apresentar projeto de funcionamento dentro dos limites legais
- Pagamento de multas (que não são baixas, diga-se)
Enquanto isso, os moradores finalmente conseguiram uma noite de silêncio. "Parece que mudamos de cidade", comemora um aposentado que vive no prédio ao lado. "Dá até para ouvir o barulho dos grilos de novo."
A prefeitura avisa: a operação continua. Outros estabelecimentos com denúncias similares estão na mira. Afinal, o direito ao sossego não é negociável.