Era pra ser mais um voo rotineiro pelos céus cariocas, mas terminou em tragédia. Por volta das 10h30 da manhã de sábado, o silêncio bucólico de Vargem Grande, na Zona Oeste do Rio, foi quebrado pelo barulho ensurdecedor de uma queda.
O que restou do pequeno avião de modelo experimental — uma estrutura metálica retorcida que mais parecia cenário de filme catástrofe — foi encontrado pela equipe do Corpo de Bombeiros depois de uma verdadeira peregrinação. Imagina só: o acesso era tão complicado que os bombeiros tiveram que deixar os carros pra trás e completar o trajeto a pé, numa demonstração de que a tecnologia às vezes perde feio para a determinação humana.
E no centro dessa história trágica estava Gabriel Farrel, o piloto que não resistiu aos ferimentos. Testemunhas que presenciaram a cena — daquelas que ficam gravadas na memória — contaram que o avião simplesmente parou no ar antes de cair vertiginosamente. Não deu tempo nem de piscar os olhos.
Operação de resgate: uma corrida contra o relógio
Quando os bombeiros finalmente chegaram ao local, por volta do meio-dia, a cena era desoladora. O avião, completamente destruído, e Gabriel, ainda com sinais vitais, mas em estado gravíssimo. Os socorristas trabalharam com uma urgência que só quem vive sob pressão conhece, fazendo manobras de reanimação cardiorrespiratória no meio do mato, longe de qualquer recurso hospitalar.
Mas às vezes a vontade não é suficiente. Mesmo sendo transportado com toda a velocidade possível para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, Gabriel não resistiu. O que era uma esperança virou luto.
O que levou à queda?
Aqui é onde a história fica cheia de interrogações. A Polícia Técnica já está no local, examinando cada pedaço da aeronave como detetives procurando pistas num crime perfeito. O CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) também foi acionado — esses caras são os verdadeiros desvendadores de mistérios aéreos.
O que se sabe até agora? Que era um voo particular, daqueles aviões experimentais que entusiastas adoram. Mas o que exatamente falhou? Problema mecânico? Erro humano? Condições climáticas? São perguntas que só o tempo — e uma investigação minuciosa — poderão responder.
Enquanto isso, familiares e amigos de Gabriel Farrel se despedem de alguém que, com certeza, tinha o céu como paixão. Uma paixão que, ironicamente, terminou por levá-lo.
