
Imagine terminar seu plantão de entregas e ir para o que deveria ser um tratamento de saúde, mas acabar numa UTI. Foi exatamente isso que aconteceu com Welington da Silva Oliveira, um jovem de 27 anos que batalha diariamente nas ruas de São Gonçalo.
Na última terça-feira, algo saiu profundamente errado durante sua sessão de hemodiálise. E não foi 'apenas' uma complicação médica rotineira – testemunhas relatam que um vazamento de ácido no ambiente de tratamento expôs pacientes e funcionários a vapores tóxicos. O cheiro, segundo relatos, era sufocante.
O Que Realmente Aconteceu naquela Sala?
Wellington começou a passar mal quase que imediatamente. Queimação nos olhos, dificuldade para respirar, uma tosse que não parava. Os sintomas eram clássicos de intoxicação química, não de uma reação ao tratamento renal. A situação degringolou rápido, muito rápido. Ele foi transferido às pressas para o Hospital Estadual Carlos Chagas, mas seu estado era crítico. Entrou em coma induzido.
Seus familiares estão desesperados. E a pergunta que não quer calar: como um ambiente que deveria ser estéril e seguro permite um vazamento químico dessas proporções? A tal "substância ácida" virou o pesadelo da família.
Um Sistema que Falha com Quem Mais Precisa
O caso escancara uma realidade dura. Wellington é um trabalhador que depende do SUS. Sua vida está nas mãos de um sistema que, claramente, falhou com ele naquele dia. A clínica, administrada pela empresa Pro-Rim, se diz solidária e afirma que acionou o Centro de Informação e Assistência Toxicológica, mas a família alega falta de transparência.
E tem mais: outros pacientes e um técnico de enfermagem também teriam sido afetados. Isso não foi um incidente isolado, mas sim um evento com múltiplas vítimas. A Secretaria Municipal de Saúde de São Gonçalo abriu uma investigação, e a ANVISA certamente vai entrar no páreo. O Ministério Público do Trabalho também foi acionado.
Enquanto isso, Wellington permanece intubado, sua vida pendurada por um fio. Sua irmã, Bruna Oliveira, não sai do seu lado. Ela clama por justiça e por respostas que ainda não chegaram. Este não é apenas mais um caso clínico; é um alerta severo sobre a segurança nos serviços de saúde que atendem a população mais vulnerável.