
O silêncio pesado na Serra da Barriga contrasta com o burburinho das investigações. Vinte vidas se foram num piscar de olhos, e agora a pergunta que não quer calar: o que realmente aconteceu naquele fatídico dia?
A perícia técnica — aquela minuciosa detetive de aço e números — acabou de dar seu veredito: nada de falhas mecânicas no ônibus. Nem no motor, nem nos freios, nem naqueles detalhes que costumam falhar quando menos esperamos. O veículo, tecnicamente, estava em ordem.
E então?
Pois é. Aí que a coisa complica. Se não foi o ônibus, o que levou aquele monstro de metal a despencar pela serra como se fosse um brinquedo de criança? As autoridades estão revirando cada pedacinho da cena — literalmente —, desde marcas no asfalto até o estado mental do motorista (que, infelizmente, também não sobreviveu para contar sua versão).
Alguns moradores da região, esses sim, testemunhas de carteirinha do cotidiano da serra, soltaram frases como "a curva ali é traiçoeira mesmo" ou "quando chove, vira um tobogã". Será que foi isso? Uma combinação de fatores humanos e naturais?
O que se sabe até agora:
- Ônibus transportava 36 passageiros no momento do acidente
- Velocidade excessiva ainda não foi confirmada, mas também não foi descartada
- Condições climáticas na hora do ocorrido: céu claro, sem chuva
- Última revisão do veículo havia sido feita 15 dias antes
Enquanto isso, as famílias das vítimas — essas sim, as verdadeiras protagonistas invisíveis dessa tragédia — tentam juntar os cacos. Algumas sequer conseguiram velar seus mortos direito, tamanho o estado dos corpos. É pra chorar ou pra gritar de raiva? Difícil dizer.
O caso agora está nas mãos do Ministério Público, que promete (como sempre) "apurar com rigor". Enquanto isso, a Serra da Barriga continua lá, imponente e indiferente, como se nada tivesse acontecido. A vida segue. Mas para vinte famílias, ela nunca mais será a mesma.