
O silêncio da madrugada na orla da Zona Sul do Rio foi quebrado por um barulho que ninguém gostaria de ouvir. Um grito, o som de pneus cantando no asfalto, e depois... só o vazio. Naquela terça-feira, o que começou como mais um dia de treinos para um corredor amador terminou em tragédia.
O motorista — que agora responde a processo — estava com a cabeça em qualquer lugar menos no trânsito, segundo testemunhas. Quando percebeu, já era tarde. O atleta, que mal completara 30 anos, não teve chance.
O que se sabe até agora
A delegacia estava cheia de gente naquela manhã. Familiares da vítima, amigos do clube de corrida, repórteres... todo mundo querendo entender como algo assim podia acontecer. O condutor, um cara de 45 anos que trabalhava com entregas, chegou a tentar fugir, mas foi pego logo depois.
— Ele nem desviou — contou uma senhora que viu tudo da janela do apartamento. — Parecia que tava dormindo ao volante.
O laudo preliminar? Velocidade acima do permitido e, suspeita-se, uso de celular na hora do acidente. Coisa que, convenhamos, virou quase rotina nas ruas — mas que desta vez teve um preço altíssimo.
Repercussão
Nas redes sociais, a comoção foi imediata. O perfil do atleta, cheio de fotos de provas e treinos, virou memorial digital. Colegas de corrida organizaram uma homenagem no local do acidente — flores, tênis pendurados no poste, mensagens escritas a mão.
E a Justiça? Bom, o juiz não ficou nada satisfeito com a versão do motorista. A audiência foi tensa, com direito a cenas fortes quando mostraram as imagens da câmera de segurança. O cara vai responder por homicídio culposo no trânsito, mas tem gente pedindo que a pena seja aumentada.
Enquanto isso, na calçada em frente ao fórum, um grupo de corredores amadores fazia um protesto silencioso. Seguravam placas com frases como "Treinar não deveria ser risco de vida". Difícil discordar, não?