
Era pra ser mais uma sexta-feira comum. O tipo de dia que passa sem fazer muito barulho, sabe? Mas pro Matheus Silva Costa, de apenas 20 anos, o dia 13 de setembro vai ficar marcado na memória de todos – especialmente daqueles que o amavam – por uma razão que dói até no osso.
A mãe dele, Maria José da Silva, tentou me explicar o inexplicável. "Minha felicidade foi embora", disse, com uma voz que parecia carregar o peso do mundo. Como é que uma pessoa consegue encontrar palavras pra descrever a perda de um filho? Impossível.
O que aconteceu naquela madrugada?
Por volta das 3h da manhã, na Avenida Teotônio Segurado – aquela via movimentada que corta a capital –, o carro dirigido por Matheus colidiu de frente com outro veículo. Testemunhas disseram que o impacto foi violento, daqueles que ecoa na alma.
Os bombeiros chegaram rápido, mas algumas coisas nem a velocidade consegue consertar. Matheus ainda foi levado pro Hospital Geral de Palmas, mas já chegou sem signs vitais. O outro motorista, um homem de 42 anos, sobreviveu – com ferimentos, mas vivo.
Mais que um estagiário: uma promessa interrompida
Matheus não era só mais um jovem qualquer. Trabalhava como estagiário na Defensoria Pública do Estado do Tocantins, na área administrativa. A instituição emitiu uma nota – formal, como costuma ser – mas dava pra sentir a tristeza entre as linhas.
Diziam que ele era "dedicado e comprometido", aquele tipo de pessoa que faz falta não só pelo trabalho, mas pela energia que trazia. Colegas de trabalho ficaram arrasados; afinal, como seguir a rotina quando alguém some de repente?
O luto que não cabe no peito
Maria José não fala sobre justiça ou injustiça. Ela fala sobre vazio. Sobre silêncio em casa. Sobre a falta do riso do filho. "A gente não espera enterrar os próprios filhos", comenta, num daqueles momentos de clareza dolorida que só quem perdeu entende.
E enquanto a família tenta aprender a viver com a ausência, a Polícia Civil investiga o acidente. Ainda não sabem ao certo o que causou a colisão – se foi cansaço, distração, ou algo mais complexo. No fim, as explicações nunca trazem ninguém de volta.
Palmas perdeu um jovem cheio de futuro. Uma mãe perdeu seu filho. E a gente fica aqui, pensando na fragilidade da vida – como tudo pode mudar num piscar de olhos, numa curva mal dada, num segundo de distração.
Restam as memórias. E a pergunta que não cala: até quando nossas estradas continuarão sendo palco de tragédias anunciadas?