O caso que chocou São José do Rio Preto ganhou novos — e polêmicos — capítulos. Um ex-juiz, envolvido num acidente que tirou a vida de um ciclista em 2024, continua recebendo vultosos valores da Justiça. Só nos primeiros seis meses de 2025, o bolso do magistrado aposentado engordou com mais de R$ 700 mil.
Não é brincadeira. Enquanto a família da vítima ainda tenta superar a tragédia, o causador do acidente segue com privilégios que beiram o absurdo. O valor, que daria para comprar um apartamento de luxo ou sustentar uma família de classe média por anos, veio de salários, benefícios e penduricalhos típicos do funcionalismo público.
Dinheiro que não para
Detalhes obtidos com exclusividade mostram que:
- Em janeiro, o ex-juiz embolsou R$ 118 mil
- Fevereiro trouxe mais R$ 121 mil
- O mês de abril foi o mais generoso: R$ 132 mil
E assim vai. Mês após mês, o cofre público segue abastecendo quem, teoricamente, já deveria estar fora do sistema. "É de cair o queixo", comenta um servidor público que prefere não se identificar. "Enquanto isso, a gente se mata de trabalhar pra ganhar um salário mínimo."
O acidente que virou caso político
A batida aconteceu num fim de tarde chuvoso. O ciclista, um pai de família que voltava do trabalho, não teve chance. Testemunhas dizem que o carro do então juiz apareceu em alta velocidade — e o resto é história triste.
O processo? Empurrado com a barriga, como tantos outros. Enquanto a Justiça anda a passos de tartaruga para julgar o caso, os proventos do ex-magistrado correm mais rápido que Ferrari em dia de GP.
Procurada, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) limitou-se a dizer que "os valores são legais e decorrem de direitos adquiridos". Já o Tribunal de Justiça de São Paulo, responsável pelos pagamentos, não se manifestou até o fechamento desta matéria.
Nas redes sociais, a revolta é geral. "Isso é Brasil com I maiúsculo", escreveu um usuário. Outros questionam: "Cadê a reforma da previdência que não pegou essa turma?"
