
Era por volta das 14h30 quando o silêncio da BR-230 foi quebrado por um estrondo seco. Um jovem motociclista — ainda não identificado — perdeu o controle da moto no km 12, próximo ao bairro de Mangabeira, e colidiu violentamente contra um poste. O impacto, segundo testemunhas, foi tão forte que até os pássaros pararam de cantar por uns instantes.
"Parecia um filme de ação, só que sem efeitos especiais", contou um vendedor ambulante que viu tudo. "A moto virou um emaranhado de metal antes mesmo de parar de deslizar."
O socorro que não chegou a tempo
O SAMU chegou em 12 minutos — tempo recorde para o trânsito caótico daquela hora. Mas já era tarde. Os paramédicos tentaram reanimação por 20 minutos, enquanto um grupo de curiosos se formava, alguns filmando com celulares. "Dava pra ver no rosto deles que não tinha mais jeito", murmurou uma senhora que preferiu não se identificar.
Curiosamente, o trecho onde aconteceu o acidente é conhecido pelos moradores como "Curva do Destino". Só este ano, foram três batidas feias ali. A prefeitura prometeu sinalização nova ano passado, mas até agora só tem aquela placa enferrujada que ninguém mais consegue ler.
O que se sabe até agora:
- Vítima: homem entre 25-30 anos (documento estava ilegível)
- Moto: Honda CG 150 (ano aproximado 2015)
- Possível causa: derrapagem em asfalto irregular (segundo peritos no local)
O corpo foi encaminhao ao IML, enquanto a moto — ou o que sobrou dela — virou atração momentânea na calçada. Um rapaz de capacete azul parou por alguns segundos, cruzou-se, e seguiu em frente devagar, como se estivesse recalculando mentalmente todos os riscos do seu trajeto diário.
Enquanto isso, o trânsito na BR-230 ficou lento por quase duas horas. Motoristas reclamaram nas redes sociais: "Mais uma morte que poderia ter sido evitada", escreveu alguém. Outro lembrou que "a velocidade máxima ali é de 80km/h, mas todo mundo passa voando".
A Polícia Rodoviária Federal abriu inquérito. Vão checar câmeras de segurança próximas — se é que elas estavam funcionando. Enquanto as autoridades se movimentam, uma família em algum lugar da cidade ainda não sabe que perdeu um ente querido. A vida segue, desigual e imprevisível como o asfalto sob uma moto em alta velocidade.