
A madrugada de domingo, que deveria ser de descanso, transformou-se em pesadelo numa estrada do sudeste do Pará. Por volta das 3h30, um veículo simplesmente sumiu da PA-263, na altura do quilômetro 12. A ponte sobre o igarapé Canindé, que tantos atravessam sem pensar duas vezes, tornou-se o palco de uma tragédia familiar.
Testemunhas ainda tentam entender como tudo aconteceu - e o que viram foi assustador: o carro saiu da pista, arremessou-se no vão e despencou. Uma queda brutal, daquelas que não deixam margem para esperança.
Dentro do veículo, três vidas se entrelaçavam por laços de sangue e amor:
- João da Silva, 38 anos, que dirigia
- Maria Souza, 35 anos, sua companheira
- O pequeno Lucas, apenas 8 anos, seu mundo inteiro
Quando o Corpo de Bombeiros chegou ao local, depois de uma corrida contra o tempo que já estava perdida, encontrou a cena mais dura que qualquer socorrista pode enfrentar: três corpos, uma família inteira, silenciada para sempre.
O que restou depois da queda
A perícia técnica trabalhou no local sob a luz do dia, tentando reconstituir os últimos segundos antes do desastre. A ponte, crucial para a região, ficou interditada por horas - e cada minuto de espera dobrava o peso da tragédia no ar.
Não havia sinal de outros veículos envolvidos, o que torna tudo ainda mais misterioso. O que teria feito João perder o controle da direção naquela curva fatídica? Sono? Algum problema mecânico súbito? Ou simplesmente o acaso, cruel e aleatório?
Uma comunidade em luto
São Geraldo do Araguaia acordou com a notícia que nenhuma cidade pequena quer receber. Aqui, todo mundo conhece todo mundo - e uma perda dessas cala fundo na alma coletiva. Parentes, ainda atordoados, começaram a chegar ao IML de Marabá para o reconhecimento dos corpos.
Três caixões, três histórias interrompidas no meio do caminho. João, Maria e Lucas - nomes comuns que hoje carregam o peso incomum de uma despedida precoce.
Enquanto isso, a PA-263 voltou a funcionar, mas carrega agora uma memória triste. A ponte sobre o igarapé Canindé já não é a mesma - e provavelmente nunca será para quem conhecia aquela família.