
Era para ser mais um dia comum pedalando pelas ruas de Presidente Prudente. Mas o que começou como uma tarde rotineira terminou em tragédia. Após seis dias lutando contra os ferimentos graves — aqueles tipos de lesões que nem os melhores médicos conseguem consertar —, o ciclista não resistiu. O Hospital Regional de Presidente Prudente, que virou sua casa temporária, registrou o óbito na tarde desta sexta-feira (19).
Detalhes? Ainda escassos. O que se sabe é que o acidente aconteceu na semana passada, num daqueles cruzamentos mal iluminados que todo motorista local conhece (mas finge não ver). Testemunhas contam que foi rápido: um impacto seco, o som de metal se deformando, e depois... silêncio. O tipo de cena que faz até os mais durões se arrepiarem.
Uma semana de angústia
Familiares passaram os últimos dias num vai-e-vem desesperador entre o saguão do hospital e a UTI. "A gente fica ali, olhando aqueles monitores, tentando decifrar cada bip", desabafa um primo da vítima, que preferiu não se identificar. Os médicos — esses heróis de jaleco — tentaram de tudo. Cirurgias, medicamentos, aquelas máquinas que parecem saídas de ficção científica. Mas algumas batalhas, infelizmente, a medicina ainda não vence.
E agora? Além do luto — esse peso que não vem com manual de instruções —, a família enfrenta a burocracia da morte. Autópsia, papelada, aquele silêncio constrangedor das autoridades quando perguntam sobre responsabilidades. "Ele só estava pedalando, cara. Indo pra casa depois do trabalho", repete a irmã, entre soluços.
O eterno debate: quem protege quem?
Presidente Prudente não é novata em acidentes com ciclistas. Todo mês aparece um caso — alguns graves, outros "só" assustadores. A questão é: quando é que a cidade vai acordar? Enquanto isso, o conselho é sempre o mesmo: "Ande com cuidado". Como se a culpa fosse sempre de quem está mais exposto.
O corpo será velado num pequeno velório da zona leste. Flores? Sim. Lágrimas? Muitas. Respostas? Essas continuam escassas como vaga em estacionamento no centro.