Era por volta das 21h30 de sexta-feira (25) quando o silêncio da noite em Itu foi quebrado por um estrondo ensurdecedor. Um casal — que até então caminhava tranquilamente pelo acostamento da Marechal Rondon, na altura do km 92 — foi arremessado vários metros após ser atingido em cheio por um veículo que, segundo testemunhas, desviou bruscamente para a direita sem qualquer razão aparente.
"Parecia cena de filme", relata um motoboy que passava pelo local. "O carro simplesmente invadiu o acostamento como se estivesse em alta velocidade. Nem tentou frear."
Fuga covarde
O que mais revoltou os primeiros socorristas? O motorista — que poderia ter prestado auxílio — simplesmente pisou no acelerador e desapareceu na escuridão. "Isso não é acidente, é crime", disparou um policial militar que preferiu não se identificar.
Os bombeiros chegaram em 12 minutos (tempo considerado rápido para a região), mas já era tarde. O homem, de 38 anos, morreu no local. A mulher, de 35, ainda foi levada às pressas para o Hospital Augusto de Oliveira Camargo, mas não resistiu aos ferimentos.
Detalhes que intrigam
- Nenhum dos dois portava documentos — a identificação foi feita por conhecidos
- O veículo envolvido seria um sedan prata, segundo fragmentos encontrados
- Testemunhas falam em alta velocidade, mas não há radares no trecho
Curiosamente, esse mesmo trecho da rodovia já foi palco de outros três atropelamentos fatais nos últimos dois anos. "É um ponto cego", admite um agente da ARTESP, que pediu para não ser nomeado. "A iluminação é precária e a curva engana."
Enquanto isso, no Fórum de Itu, a 2ª Delegacia de Polícia já abriu inquérito para apurar o caso como homicídio culposo no trânsito — mas tudo indica que a qualificação pode mudar se for comprovada a fuga intencional. "Temos imagens de câmeras de estabelecimentos próximos sendo analisadas", adiantou o delegado titular.
O que você acha? Acidente ou negligência criminosa? Deixe seu comentário — essa discussão vai além da tragédia, revela um problema crônico nas estradas paulistas.
