
Imagine terminar o dia indo para casa e, de repente, seu caminho vira um filme de ação — só que de verdade, sem dublês e sem roteiro. Foi mais ou menos isso que aconteceu numa rua qualquer de Catanduva, no interior paulista, no último sábado (30). Um daqueles dias que começam normalíssimos e terminam com a sorte sendo testada até o último segundo.
Uma câmera de segurança — aquela testemunha silenciosa que sempre vê tudo — registrou a cena que ninguém gostaria de ver ao vivo. Um carro, aparentemente um Fiat Palio prata, simplesmente… desistiu de obedecer ao motorista. Não deu aviso, não buzinou, nada. Só entrou numa espécie de curto circuito sobre quatro rodas.
E aí, meu Deus. Ele invade a contramão como se estivesse numa pista de corrida clandestina — só que não estava. E no caminho dele, um motociclista. Aquele que só estava passando, no lugar certo, na hora mais errada do mundo.
O impacto foi brutal. Daqueles que a gente ouve o baque mesmo no mudo. A moto virou um projeto de origami metálico, e o motociclista… bom, o motociclista foi arremessado como se fosse um boneco de pano. Voou. Sério, voou. Foi parar a uns bons metros dali, num quique que gelou o sangue de quem viu depois.
E o carro? Nem aí. Continuou seu curso sinistro, subiu no meio-fio e só parou quando encontrou um muro — que, convenhamos, não teve muita escolha.
Eis que entra em cena a parte que restaura um pouquinho a fé na humanidade: gente correndo para ajudar. Populares que viraram heróis de ocasião, fazendo o que podiam enquanto o socorro profissional não chegava. Ligações, gritos, aquele nervosismo que só quem já viu um acidente de perto conhece.
O motociclista, milagrosamente — porque não há outra palavra — sobreviveu. Foi levado às pressas para o hospital, consciente, assustado, mas vivo. Que alívio, né? Dá para acreditar? Um susto daqueles e ainda sair contando a história.
E o motorista do Palio? Bom, esse ninguém sabe ao certo. Sabe aquela sensação de “e agora, quem foi o culpado”? Pois é. A Polícia Militar rodoviária abriu investigação para descobrir o que diabos aconteceu. Se foi mal súbito, distração, defeito no carro… O mistério ronda o asfalto quente de Catanduva.
E a gente fica aqui pensando: a vida é mesmo um fio frágil. Num piscar de olhos, tudo vira notícia, tudo vira drama, tudo vira lembrança. E o melhor que a gente pode fazer é tomar cuidado — e torcer para que os outros também tomem.