
Parece que o jogo geopolítico acabou de ganhar um capítulo digno de um thriller corporativo. A ordem surpreendente de Donald Trump, exigindo que a ByteDance se desfaça do TikTok em território americano, não foi apenas um tremor de terra—foi um verdadeiro terremoto que fez os gigantes do Vale do Silício correrem para ajustar suas estratégias.
E quando digo correr, é literalmente contra o relógio. A Microsoft, que já havia flertado publicamente com a compra da plataforma em 2020, reacendeu suas operações de mergulho profundo. Fontes próximas ao assunto—que preferiram não se identificar—revelam que os escritórios em Redmond viraram um formigueiro de analistas e advogados, mapeando cada cláusula possível do polêmico decreto.
Não ficaram para trás, claro. A Amazon, sempre ágil em detectar ventos de mudança, começou a avaliar como uma eventual aquisição do TikTok poderia se encaixar em seu ecossistema já vastíssimo. Imagina só: integração com a AWS, potencial publicitário brutal e… uma base de dados de usuários que faria qualquer concorrente tremer.
E a Meta nessa história?
Ah, a Meta. Zuckerberg não é exatamente um fã do TikTok, né? Com o Instagram Reels já brigando palmo a palmo, a empresa viu na ordem de Trump uma oportunidade dupla: enfraquecer um rival ferrenho e, quem sabe, pescar alguns talentos ou tecnologias caso a plataforma realmente mude de mãos.
O prazo? Apertadíssimo. A lei dá apenas nove meses—prorrogáveis por mais três—para a ByteDance encontrar uma saída. Do contrário, o aplicativo some das lojas americanas. E convenhamos: perder o mercado dos EUA não é exatamente um pequeno arranhão para uma empresa global.
O que muita gente não percebe é o efeito dominó. A medida abre um precedente perigoso—ou necessário, dependendo de quem você pergunta—para que outros países adotem posturas semelhantes contra apps estrangeiros. Estamos falando de uma fragmentação da internet que parecia coisa de ficção científica até pouco tempo atrás.
O silêncio da Apple, até agora, é ensurdecedor. A maçã preferiu não comentar, mas é certo que observa cada movimento com lupa. Afinal, qualquer mudança no ecossistema de apps mexe diretamente com seu core business.
O clima, segundo quem está por dentro das negociações, é de "cautela extrema misturada com uma pitada de urgência". Ninguém quer pagar para ver no que vai dar essa novela—especialmente em ano eleitoral americano, onde tudo pode virar de cabeça para baixo em um tweet.
Resta saber se a jogada de Trump é um blefe estratégico ou uma barreira intransponível. Uma coisa é certa: o tabuleiro global de tecnologia nunca esteve tão instável—e fascinante.