
Não é de hoje que Donald Trump e a mídia tradicional travam uma guerra aberta — mas desta vez, o ex-presidente americano decidiu elevar o tom para níveis preocupantes. Numa declaração que ecoou como um trovão pelos corredores do poder e das redações, Trump soltou uma ameaça direta contra emissoras de televisão que, em suas palavras, "agem contra ele".
E não foi algo sutil. A fala veio carregada daquele tom confrontacional que já conhecemos — aquele que mistura raiva, estratégia e um cálculo político quase teatral. Ele sugeriu, sem meias-palavras, que redes de TV que se posicionam de forma crítica a ele deveriam… bem, perder suas licenças de transmissão. Sim, leu certo.
Numa daquelas jogadas que só ele sabe fazer, Trump aproveitou um evento público para soltar a bomba. Disse, com todas as letras, que canais que usam o espectro público para "atacar políticos" — leia-se, a ele — estão abusando de um privilégio. E que, portanto, esse privilégio deveria ser revisto.
Não é a primeira vez, mas parece mais intenso
Quem acompanha a trajetória do republicano já está acostumado com suas investidas contra a imprensa. Lembram-se de "fake news"? Pois é. Mas dessa vez, a ameaça soou menos como um xingamento e mais como uma proposta de ação. Algo tangível. Assustadoramente tangível.
E olha, não é exagero dizer que a declaração acendeu um alerta entre defensores da liberdade de imprensa. Porque mexe num ponto sensível: a relação entre poder estatal, concessões e discurso crítico. Uma zona cinzenta que, em mãos erradas, pode virar arma.
E as emissoras? Como reagiram?
Até agora, nenhuma rede se pronunciou de forma dramática — o que, convenhamos, é até compreensível. É daquelas situações em que se mede cada palavra, cada vírgula, pra não virar o próprio headline no dia seguinte.
Mas behind the scenes, a movimentação é intensa. Fontes próximas a grandes grupos de mídia admitem, sob anonimato, que levações do tipo são levadas a sério — ainda que soem como bravata. Porque com Trump, nunca se sabe onde termina o teatro e começa a intenção real.
Não custa lembrar: não é a primeira vez que ele fala em censura ou retaliação contra veículos de comunicação. Mas a menção específica a licenças… isso é novo. E perigoso.
O contexto eleitoral — porque tudo é estratégia
Ninguém duvida que estamos em temporada eleitoral nos EUA. E Trump, como sempre, sabe como ninguém dominar o ciclo noticioso. Criar polêmica, ocupar manchetes, polarizar — é o playbook de sempre, mas ainda eficaz.
A pergunta que fica: será apenas mais um capítulo na sua guerra contra a mídia? Ou é um teste de balão para medir reações? Difícil cravar. O que dá pra sentir é que o clima político segue acirrado, e cada declaração é uma peça num jogo muito maior.
Enquanto isso, organizações de liberdade de imprensa já se movimentam. A possibilidade — ainda que remota — de um governo usar instrumentos estatais para calar vozes críticas é algo que preocupa além-partidos.
Resta saber se a ameaça sairá do campo das palavras. Por enquanto, é mais um episódio na longa novela entre Trump e a imprensa — mas um episódio que, convenhamos, deixa um gosto amargo de alerta.