
Numa jogada que pegou todo mundo de surpresa — e não é pouca coisa vindo dele — Donald Trump soltou o verbo e anunciou uma medida drástica: a ativação da Guarda Nacional em Memphis. Mas não parou por aí. O ex-presidente, sempre given to dramatic flourishes, deixou claro que não está nem um pouco satisfeito com a administração atual da capital federal.
«A situação está completamente fora de controle», disparou Trump, num daqueles momentos em que você para o que está fazendo para ouvir. «E se precisarmos trocar a prefeita de Washington para resolver isso, então é isso que faremos». Uau. A declaração, mais um capítulo na already turbulent relação dele com a capital, ecoou como um trovão em dia seco.
O cerne da questão? A escalada da violência urbana. Trump, que sempre se colocou como o homem da lei e ordem, argumenta que as lideranças locais — e aqui ele mira especificamente a prefeita Muriel Bowser — estão falhando redondamente. «As pessoas não se sentem mais seguras», afirmou, com aquela convicção inabalável que tanto agrada seus apoiadores e enfurece opositores.
O que isso significa na prática?
Bom, a Guarda Nacional é tipicamente um recurso estadual, não federal. A simples sugestão de um presidente — mesmo que ex — intervir assim é… bem, inusitada, para dizer o mínimo. Juristas já devem estar com as sobrancelhas arquivadas, revisando a Constituição. É um movimento que borra as linhas tradicionais de autoridade, algo que Trump, vamos combinar, adora fazer.
E a prefeita Bowser? Até agora, silêncio de sua parte. Mas a cidade, essa não ficou quieta. Reações não tardaram, dividindo-se entre apoiadores que celebram a «mão firme» e críticos que veem uma interferência perigosa e autoritária na autonomia de uma grande cidade.
O pano de fundo, é claro, é muito maior que isso. É sobre a narrativa de segurança pública que dominará as próximas eleições. É sobre o papel do governo federal nas metrópoles. E, como quase tudo envolvendo Trump, é sobre ele mesmo — seu estilo confrontador, sua capacidade de ditar a agenda e colocar todos na defensiva.
Uma coisa é certa: o tabuleiro político americano acabou de ser sacudido. E todos estamos aqui, apenas observando — e tentando entender — qual será o próximo movimento.