
O Ministério Público Federal decidiu apertar o cerco—e com força. Nesta quarta-feira, a Procuradoria-Geral da República entrou com um pedido que vai fazer barulho: a condenação de sete pessoas que supostamente integravam um núcleo profissional de desinformação durante os ataques golpistas de 2022.
Não eram amadores. Segundo a denúncia, estamos falando de uma estrutura organizada, quase corporativa, que agia para manipular, mentir e semear o caos. Tinha até divisão de tarefas—alguns criavam conteúdo, outros viralizavam, e vários gerenciavam contas falsas como se fossem robôs em série.
Os alvos da vez
Dos sete réus, cinco respondem em liberdade. Dois, porém, já estão atrás das grades—presos preventivamente desde março do ano passado. A lista inclui empresários, um youtuber e até um ex-vereador. Gente que, na visão da PGR, não tava só brincando de fazer política… estava tentando arranhar a democracia com unhas e dentes.
E olha só a acusação: crimes de violação de segredo de justiça, incitação ao crime e organização criminosa. Coisa séria, do tipo que não some com um pedido de desculpas ou um tweet deletado.
O que a PGR quer?
Nada modesto. Penas que chegam a 17 anos de cadeia para alguns—e olha que ainda tem multa pesada no pacote. A Procuradoria argumenta que as fake news produzidas por esse grupo não eram "opinião". Eram armas. Instrumentos usados para incentivar invasões, depredações e até ameaças a autoridades.
Uma das mensagens citadas no processo chega a dar instruções: "precisamos tomar o Congresso". Outra falsidade notória espalhada pelo grupo dizia que um ministro do STF teria autorizado a soltura de presos comuns para invadir quartéis. Absurdo? Pois é. Mas viralizou feito rastro de pólvora.
E não parou por aí. Esse mesmo núcleo estaria por trás de ataques digitais massivos—inclusive contra o sistema de urnas eletrônicas, que, diga-se de passagem, já foi auditado até cansar e nunca mostrou falha.
Pra quem acha que fake news é "só opinião", o MPF manda o recado: liberdade de expressão não inclui o direito de mentir, coagir ou tentar derrubar instituições. E agora, a bola está com a Justiça.
O caso segue sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes—aquele mesmo que já cortou pela raiz várias investidas antidemocráticas. E se a história recente ensina alguma coisa, é que tentar bagunçar a ordem por aqui pode sair caro. Muito caro.