
Parece que o brasileiro redescobriu o prazer de viajar pela própria terra – e como isso está movendo a economia pra frente. Os números são, pra ser sincero, de cair o queixo. Só nos primeiros seis meses deste ano, o turismo doméstico gerou uma receita monumental de R$ 108 bilhões. Sim, você leu certo: bilhões.
Não é só um número bonito, é um recorde absoluto. Um crescimento de nada menos que 8,6% se a gente comparar com o mesmo período do ano passado. A pergunta que fica é: de onde veio tanta gente com mala e cuia na mão?
O Brasil que seduz o brasileiro
Pois é. Aquele papo de que 'o Brasil é um país caro' parece ter encontrado seu contra-argumento mais forte. Com o dólar nas alturas – e a instabilidade internacional dando seus sinais –, muita gente olhou pra dentro e pensou: 'Por que não?'.
E não foi só uma decisão de preço, me parece. Houve uma mudança de mentalidade. As pessoas estão valorizando mais experiências, buscando conexão com lugares próximos, descobrindo belezas que, ironicamente, ficavam esquecidas no quintal de casa.
Os destinos queridinhos
- Nordeste: Claro, as praias paradisíacas continuam imbatíveis. O litoral de Pernambuco à Bahia segue puxando uma fila danada de turistas.
- Sudeste: As serras de Minas e do Rio, com seu clima ameno e gastronomia irresistível, viraram refúgio certeiro para fugir do caos urbano.
- Centro-Oeste: O ecoturismo e o Pantanal ganharam força, mostrando que a aventura também tem endereço certo dentro do país.
E olha, os eventos ajudaram – e muito. Grandes festas populares, congressos que voltaram com tudo e uma agenda cultural simplesmente frenética deram aquele empurrãozinho necessário.
O que isso significa para a economia?
Além do óbvio – que é uma injeção de ânimo e dinheiro em dezenas de setores –, esse boom tem um efeito colateral maravilhoso: a geração de empregos. O turismo é, por natureza, um grande empregador. De garçons a guias, de artesãos a donos de pousada, uma cadeia gigantesca se beneficia diretamente desse movimento.
Especialistas em economia já veem o turismo não mais como um coadjuvante, mas como um dos pilares centrais para a recuperação econômica sustentável. É dinheiro que circula, que gera renda e que, no fim das contas, fortalece o mercado interno.
Claro, ainda há desafios. A infraestrutura em alguns destinos ainda patina, e o custo de uma viagem nacional, convenhamos, não é exactly barato. Mas os números mostram que, mesmo assim, o desejo de explorar o Brasil falou mais alto.
Resta torcer para que esse não seja um fogo de palha, mas sim o início de um novo ciclo – onde a gente finalmente aprenda a valorizar (e investir) naquilo que temos de melhor: nossa própria terra.