Brasil em 2025: Fim da transmissão vertical do HIV e queda da pobreza
2025: Brasil elimina transmissão do HIV de mãe para bebê

O ano de 2025 ficou marcado por uma série de conquistas significativas para o Brasil e para o mundo, com avanços notáveis em áreas como saúde pública, meio ambiente, cultura e direitos sociais. De anúncios históricos do Ministério da Saúde a espetáculos da natureza no Rio de Janeiro, os últimos doze meses ofereceram motivos para otimismo.

Conquistas históricas em saúde e bem-estar social

Em um marco para a saúde pública brasileira, o Ministério da Saúde anunciou em dezembro de 2025 a eliminação da transmissão vertical do HIV, que ocorre da mãe para o bebê durante a gestação, parto ou amamentação. Os dados de 2024 já mostravam uma taxa de transmissão abaixo de 2%, com incidência da infecção em crianças inferior a 0,5 caso por mil nascidos vivos.

Outro dado positivo foi a redução de aproximadamente 13% nas mortes por Aids no país, totalizando 9.100 óbitos no último ano. Pela primeira vez em três décadas, o Brasil registrou menos de 10 mil mortes pela doença.

No campo social, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) confirmou a terceira queda consecutiva nos índices de pobreza e extrema pobreza em 2024. A taxa de pobreza ficou em 23,1%, enquanto a de extrema pobreza atingiu 3,5%. Segundo o instituto, essa melhoria contínua está associada à recuperação do mercado de trabalho e à manutenção de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família.

Inovação científica, cultura e meio ambiente

A ciência nacional celebrou a apresentação da polilaminina, uma substância desenvolvida ao longo de 25 anos por uma pesquisadora da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Criada a partir de uma proteína da placenta, ela se mostrou um potencial tratamento para regenerar a medula espinhal em pessoas com paraplegia decorrente de acidentes, com participantes da pesquisa recuperando movimentos.

A cultura ganhou um novo símbolo de inclusão e acesso com a inauguração do Teatro Baccarelli em Heliópolis, São Paulo, em novembro. Trata-se da primeira sala de concerto construída dentro de uma favela no Brasil, que abriu as portas com um concerto da Orquestra Sinfônica Heliópolis e terá programação diversificada, incluindo música erudita, balé, cinema, funk, rap e trap.

No âmbito da inclusão, dois fatos se destacaram: a quantidade de estudantes com deficiência nas universidades brasileiras mais que dobrou em uma década, saltando de 33 mil matrículas (0,4% do total) em 2014 para cerca de 95 mil (0,9%) em 2024. Além disso, outubro viu a estreia do Interclubes Inclusivo em São Paulo, reunindo cerca de 50 crianças, jovens e adultos com deficiência, sócios de sete clubes tradicionais da cidade.

O meio ambiente apresentou sinais encorajadores. Um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgado em setembro mostrou que a camada de ozônio atingiu em 2024 a maior espessura registrada em décadas, com o buraco apresentando dimensões abaixo da média do período 1990-2020.

No Brasil, um estudo revelou que 4,9 milhões de hectares de vegetação da Mata Atlântica foram regenerados entre 1993 e 2022, uma área maior que o estado do Rio de Janeiro. Desse total, 3,8 milhões de hectares (78%) permanecem de pé, caracterizando uma recuperação persistente.

O Rio de Janeiro foi palco de um raro espetáculo da natureza: a floração simultânea das palmeiras talipot (Corypha umbraculifera) no Aterro do Flamengo e no Jardim Botânico. Plantadas pelo paisagista Roberto Burle Marx na década de 1960, essas palmeiras, originárias do sul da Índia e do Sri Lanka, florescem apenas uma vez na vida, geralmente entre 50 e 70 anos de idade.

Contexto internacional: um passo para a paz

No cenário global, 2025 também foi o ano em que um plano de paz para Gaza, apresentado em setembro pelo então presidente dos EUA, Donald Trump, entrou em ação em outubro, após aprovação do governo de Israel e acordo com o Hamas. A primeira fase incluiu a libertação de reféns israelenses em troca da soltura de centenas de prisioneiros palestinos, o recuo de tropas israelenses e o retorno de milhares de palestinos às suas casas. O conflito na Faixa de Gaza havia durado dois anos e dois dias até o início do cessar-fogo.

Coletivamente, esses eventos pintam um quadro de um ano de progressos tangíveis, demonstrando que avanços em saúde, equidade social, preservação ambiental e cultura são possíveis e estão em curso.