Enchente em Juiz de Fora: 5 cuidados urgentes para evitar doenças graves
Cuidados de saúde após contato com água de enchente

O intenso período de chuvas tem causado transtornos em diversas cidades, com destaque para um recente caso em Juiz de Fora, onde uma funcionária de loja foi fotografada em meio a um estabelecimento comercial completamente alagado. O episódio ilustra um problema que se repete e vai além dos prejuízos materiais, representando uma séria ameaça à saúde pública.

Os perigos invisíveis da água de enchente

O contato com a água de enchentes e alagamentos, comum após temporais, expõe a população a um risco sanitário significativo. Essa água costuma estar contaminada por uma mistura perigosa de bactérias, vírus e outros microrganismos. Entre as doenças mais graves associadas a esse contato está a leptospirose, uma infecção que pode levar a complicações severas se não for tratada a tempo.

Diante desse cenário, especialistas em saúde pública reforçam a importância de medidas preventivas simples, mas que podem reduzir drasticamente o risco de contaminação. A adoção imediata de certos cuidados após a exposição é fundamental.

Medidas imediatas de proteção e higiene

A primeira e mais crucial orientação é em relação à higiene pessoal. Qualquer parte do corpo que tenha entrado em contato com a água ou lama da enchente deve ser lavada imediatamente com água limpa e sabão. Essa ação simples ajuda a remover agentes contaminantes da pele.

Para quem precisa realizar a limpeza de casas, quintais ou a retirada de resíduos após a água baixar, o equipamento de proteção é indispensável. O ideal é utilizar botas de cano alto e luvas impermeáveis de borracha. Caso esses itens não estejam disponíveis, uma alternativa emergencial é proteger mãos e pés com sacos plásticos duplos, amarrados para evitar a entrada de água, criando uma barreira contra o contato direto.

Cuidados com alimentos, água e saúde a longo prazo

Outro ponto de extrema atenção é com itens de consumo. Todos os alimentos e medicamentos que tiveram contato com a água da enchente devem ser descartados, mesmo aqueles que estão dentro de embalagens aparentemente intactas, pois a contaminação pode ter ocorrido através de microfuros ou pela vedação.

A qualidade da água para consumo também deve ser verificada. Se houver qualquer dúvida sobre sua potabilidade, a indicação é purificá-la com hipoclorito de sódio a 2,5%. A proporção recomendada é de duas gotas do produto para cada litro de água, que deve ser agitada e aguardar pelo menos 30 minutos antes de ser consumida.

É vital ficar atento aos sintomas que podem surgir após a exposição. Sinais como febre, dor de cabeça intensa, dores pelo corpo, vômitos e icterícia (amarelamento da pele e dos olhos) podem aparecer em um período de até 40 dias depois do contato com a água contaminada. A orientação é clara: ao perceber qualquer um desses sinais, a pessoa deve procurar uma Unidade Básica de Saúde o mais rápido possível.

A automedicação deve ser evitada, e é essencial informar ao profissional de saúde sobre o contato prévio com água de enchente, para que o diagnóstico seja mais preciso e o tratamento adequado seja iniciado sem demora. A adoção coletiva dessas medidas não só previne complicações individuais, mas contribui para a proteção da saúde de toda a comunidade.