A Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) divulgou, nesta sexta-feira (19), o resultado da investigação sobre a suspeita de intoxicação alimentar que atingiu um grupo de estudantes em novembro. O caso ocorreu no campus de Juazeiro, no norte da Bahia, e envolveu 142 alunos que apresentaram sintomas após o almoço no restaurante universitário.
O que aconteceu com os estudantes?
O episódio remonta ao dia 11 de novembro, quando os estudantes relataram uma série de mal-estares após a refeição. Entre os sintomas mais comuns estavam náuseas, indisposição, diarreias e dores abdominais. A situação gerou alarme entre o corpo discente, que se organizou através de um grupo de mensagens para listar as ocorrências e formalizar a denúncia.
"Nos assustamos com o número muito grande de reclamações e começamos a recolher o nome dessas pessoas e encaminhamos para a coordenação. Nós prezamos pela nossa segurança alimentar, vemos isso como um direito e esperamos resposta da empresa responsável", declarou na época o estudante João Victor Tupiná.
A investigação e o obstáculo crucial
Diante das denúncias, nutricionistas da Univasf iniciaram uma apuração minuciosa, que incluiu coleta de relatos, vistorias técnicas e a emissão de um ofício. Este documento exigia da BR ALL Alimentação e Serviços LTDA., empresa terceirizada responsável pelo serviço de alimentação, a apresentação dos laudos laboratoriais de todas as refeições servidas no período.
No entanto, segundo a universidade, a empresa não entregou os laudos necessários para a conclusão da investigação. Essa falta de cooperação foi classificada pela Univasf, em nota, como "uma grave infração às obrigações de transparência e às ordens de gestão administrativa emitidas pela universidade". A ausência desses documentos impediu a constatação definitiva da causa exata do problema.
Encaminhamentos e ações paralelas
O processo foi enviado à Diretoria de Supervisão das Fiscalizações dos Contratos, da Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional (Propladi). A universidade sugeriu formalmente a aplicação de sanções administrativas contra a empresa, que podem incluir multas e outras penalidades.
Paralelamente, a Secretaria Municipal de Saúde de Juazeiro (Sesau) também abriu uma investigação, por meio da Vigilância Sanitária. As ações incluíram busca ativa dos alunos intoxicados, coleta de amostras biológicas para análise e uma inspeção no restaurante universitário, onde foram coletadas amostras de água e dadas orientações para evitar contaminações.
Vale destacar que, apesar do ocorrido, o funcionamento do restaurante não foi interrompido. O g1 tentou contato com a BR ALL Alimentação e Serviços LTDA., mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.
