Psicólogos dão 5 dicas para evitar conflitos familiares no Natal
Como evitar discussões em reuniões familiares de Natal

O Natal, celebrado como um período de união e reencontros, também pode ser um palco para tensões e discussões familiares. A combinação de expectativas altas, estresse típico da época e, muitas vezes, o consumo de álcool, cria um cenário propício para conflitos. No entanto, especialistas em saúde mental afirmam que é possível navegar por essas situações com planejamento e estratégias adequadas.

Planejamento e limites como escudo protetor

A psicoterapeuta Bhavna Raithatha, em declarações ao Daily Mail, ressalta que discussões são comuns e naturais durante as festas. “As pessoas acabam sendo colocadas em situações com as quais não estão acostumadas ou não se sentem confortáveis, especialmente no ambiente familiar”, explica. Para minimizar esse desconforto, um planejamento prévio pode ser a chave para lidar com a ansiedade antecipatória.

Estabelecer limites claros é outra ferramenta poderosa. A especialista Georgina Sturmer sugere identificar padrões recorrentes que levam a brigas. “Se o conflito é um tema recorrente na sua família, provavelmente você consegue identificar os padrões que levam a grandes discussões”, afirma. Com esse reconhecimento, é possível agir preventivamente.

Isso pode significar repetir uma palavra ou frase para encerrar uma conversa sem se envolver ou dizer, de forma recorrente, que aquele é um assunto polêmico, mas que o ideal é manter a conversa leve para evitar temas controversos. Dar espaço para que os outros se expressem, sem correções constantes, também é vital. Raithatha aconselha: “Pergunte a si mesmo se a situação realmente exige uma resposta ou se manter a calma será mais protetor.”

Gerenciando expectativas e emoções

Controlar as expectativas em relação aos familiares é um passo crucial para evitar decepções. Esperar demonstrações de afeto ou compreensão em relacionamentos já tensionados pode aumentar a frustração. “Mantenha expectativas realistas, baseadas em comportamentos passados, e não em ilusões. Lembre-se: as pessoas são como são”, recomenda a psicoterapeuta.

Administrar bem as pausas durante os encontros é uma técnica eficaz para regular o sistema nervoso. Combinar um sinal discreto com o parceiro ou um irmão para indicar que está se sentindo ansioso pode oferecer um suporte imediato. “As pausas não servem para evitar situações, mas para ajudar a regular o sistema nervoso”, complementa Raithatha.

A presença de crianças exige atenção redobrada. A psicoterapeuta Fiona Yassin alerta: “As crianças percebem quando os pais não estão sendo autênticos. Se você não quer que seu filho repita algo potencialmente ofensivo, não diga isso na frente dele.”

A saúde mental em primeiro lugar

Os especialistas são unânimes em um ponto fundamental: a saúde mental deve ser prioridade. Recusar um convite ou uma situação específica não deve ser visto como um fracasso. “A verdade é que você não é obrigado a comprometer sua saúde mental para agradar aos outros. O Natal é apenas um dia. Às vezes, a escolha mais saudável é amar os entes queridos à distância”, conclui Bhavna Raithatha.

Sentir ansiedade antes ou durante esses encontros é normal. Reconhecer esse sentimento e saber que não se está sozinho é parte importante do processo. Aplicar essas estratégias pode transformar a experiência natalina, focando no que realmente importa: o bem-estar e a conexão genuína, dentro dos limites possíveis.