
Parece que a Paraíba virou palco de uma verdadeira invasão silenciosa – e dolorida. Só neste ano, mais de duas mil pessoas já sofreram com a ferroada afiada de escorpiões, segundo dados que circulam pelos corredores da saúde pública. Um número que, convenhamos, não é brincadeira.
E não é que o bichinho peçonhento parece ter gostado mesmo do interior? Municípios como Campina Grande, Patos e Sousa lideram esse ranking nada desejável, com ocorrências que se multiplicam nas zonas urbanas e rurais. Algo está mudando no ambiente – e os escorpiões estão adorando.
Por que tantos ataques?
Não é coincidência. Especialistas apontam o dedo para o crescimento desordenado das cidades, o acúmulo de lixo – aquele entulho no terreno vazio do vizinho – e, pasmem, até as mudanças climáticas. O calorão típico do Nordeste parece ser um spa para esses aracnídeos. Eles se escondem durante o dia e saem para caçar à noite, aproveitando frestas, telhas e até dentro de sapatos.
Ah, e tem mais: com a chegada das chuvas, a situação pode piorar. Muita gente não sabe, mas enchentes e alagamentos expulsam os escorpiões de tocas e esgotos, empurrando-os para dentro das casas. Um perigo real, principalmente para crianças e idosos.
Sinais de que a picada é grave
Não é toda picada que vira caso de hospital, mas algumas exigem atenção imediatamente. Sintomas como:
- Dor intensa no local – às vezes latejante
- Sudorese inexplicável
- Náuseas e vômitos
- Agitação ou, pelo contrário, prostração
Se aparecerem, é correr para o posto de saúde mais próximo. A demora no atendimento pode complicar tudo.
O que está sendo feito?
O governo estadual – pressionado pelos números – prometeu ampliar a distribuição de soros antiescorpiônico. Também está reforçando as campanhas de orientação, porque prevenir, aqui, é literalmente melhor que remediar.
E a população pode ajudar – e muito. Evitar acumular lixo, vedar ralos, usar telas em ventilações e sacudir roupas e calçados antes de usar são medidas simples, mas que afastam o risco. Pequenos hábitos que evitam grandes sustos.
No fim das contas, o problema é sério, mas não é impossível de controlar. Desde que todos façam sua parte. A natureza avisa. Melhor a gente aprender a escutar.