Não é de hoje que os moradores da Vila Cauhy, no Distrito Federal, torcem o nariz para a água que chega pelas torneiras. O que deveria ser transparente e inodora, muitas vezes aparece com tonalidade duvidosa e um cheiro que, digamos, não lembra nada de fresco. E olha que não é exagero — a situação já virou até motivo de briga nas redes sociais do bairro.
"Parece que estamos pagando por um serviço de loteria", reclama Dona Maria, aposentada que vive no local há 15 anos. "Um dia sai marrom, no outro com gosto de terra... e quando parece limpa, ainda fico com o pé atrás."
Problema que escorre além da torneira
O que era apenas um incômodo começou a preocupar quando vizinhos relataram coceiras após o banho e até casos de diarreia em crianças. Seria coincidência? Difícil acreditar, ainda mais quando várias famílias contam histórias parecidas.
- Água com partículas visíveis a olho nu
- Cheiro forte de cloro em excesso (ou será outra coisa?)
- Manchas em roupas lavadas
- Eletrodomésticos entupindo com frequência
O pior? Quando ligam para a CAESB, a resposta parece sempre a mesma: "dentro dos parâmetros". Mas será que esses parâmetros consideram o cheiro de ovo podre que às vezes invade os banheiros?
Do outro lado do balcão
A companhia de águas garante que faz monitoramento constante e que a água é potável. Dizem ainda que eventuais mudanças na coloração podem ocorrer por trabalhos na rede — mas e quando esses "eventos" se tornam rotina?
Enquanto isso, os moradores se viram como podem: filtros extras, água mineral para beber e aquele velho truque de deixar a água "descansar" antes de usar. Soluções paliativas para um problema que, claramente, merecia atenção urgente das autoridades.
No fim das contas, o que escorre pelas tubulações da Vila Cauhy parece ser mais do que H₂O — é uma mistura de frustração, preocupação e a sensação de estar sendo deixado de lado. E água, como sabemos, é direito básico. Ou deveria ser.
