
Não é alarmismo. Os números estão aí, gritantes como sirenes de ambulância em madrugada silenciosa. As hepatites virais — essas inimigas silenciosas — avançam pelo país num ritmo que deixaria até os vírus mais otimistas surpresos.
Dados recentes mostram um cenário que beira o descontrole. Só neste ano, os casos da hepatite A subiram 23% — e olha que estamos só no meio de julho. A do tipo B? 18% mais diagnósticos que no mesmo período de 2024. A campeã de preocupação, a hepatite C, mantém sua marcha implacável com aumento de 15%.
Por Que Agora?
Especialistas apontam três culpados principais (e nenhum deles usa capa preta):
- Falta de informação — muita gente ainda acha que hepatite "é coisa de quem usa drogas" (spoiler: não é)
- Queda na vacinação — sim, aquela vacina que seu primo acha que "não precisa"
- Sistema sobrecarregado — postos de saúde sem testes rápidos, filas intermináveis
"Estamos vendo pessoas chegando com cirrose sem nunca terem sido diagnosticadas", alerta Dra. Renata Moura, hepatologista que trabalha na linha de frente em São Paulo. Ela conta casos de pacientes que descobrem a doença ao doar sangue — sorte relativa, já que muitos só sabem quando o fígadofaz greve geral.
Sinais que Passam Batido
Cansaço que você atribui ao trabalho? Amarelão discreto que some em dois dias? Esses são os golpes baixos das hepatites. A doença joga sujo — muitas vezes avisa quando já causou estrago considerável.
Mas calma, nem tudo são más notícias. A boa velha prevenção ainda funciona:
- Vacina — grátis no SUS para tipos A e B
- Sexo seguro — camisinha não previne só gravidez e HIV
- Cuidado com piercings e tatuagens — aquela promoção suspeita pode sair caro
O Ministério da Saúde promete campanhas emergenciais, mas entre promessa e agulha no braço (literalmente), o buraco é mais embaixo. Enquanto isso, a bola está com você — e com seu fígado, claro.