
Não é brincadeira. Em Sorocaba, quem depende de fraldas descartáveis pelo SUS está passando aperto — e o problema parece longe de acabar. A distribuição, que deveria ser regular, tá mais inconsistente que previsão do tempo em dia de temporal.
"Aqui em casa virou um sufoco", desabafa Maria da Silva, 58 anos, que cuida da mãe acamada. "Quando falta, tenho que escolher entre comprar ou pagar as contas. E olha que não tô sozinha nessa."
O que diz a prefeitura?
Questionada, a Secretaria Municipal de Saúde alegou "dificuldades no processo licitatório" — aquela velha história que todo mundo já cansou de ouvir. Enquanto isso, os estoques nos postos de saúde parecem mais vazios que estádio em jogo de time pequeno.
Os números assustam:
- Demanda mensal estimada: 15 mil unidades
- Distribuído no último mês: menos de 40%
- Tempo de espera: até 3 meses em alguns casos
Efeito dominó
O problema vai além do desconforto. Sem as fraldas, muitos pacientes acabam desenvolvendo assaduras graves — e adivinha só? Isso sobrecarrega ainda mais o já combalido sistema de saúde. Um verdadeiro tiro no pé.
"Já vi caso de idoso que ficou com ferida aberta", conta uma enfermeira que preferiu não se identificar. "É desumano. A gente faz o que pode, mas falta recurso básico."
Enquanto a burocracia não se resolve, as famílias se viram como podem. Algumas recorrem a doações de igrejas e ONGs. Outras — pasmem — voltaram a usar panos, como nos tempos de vovó. Em pleno 2025.