Dengue no Brasil: Casos despencam 78% em 2024, mas especialistas alertam para risco
Dengue cai 78% no Brasil, mas alerta continua

Parece que o Brasil finalmente conseguiu respirar aliviado — pelo menos um pouco. Os números da dengue, que assombravam o país no ano passado, deram uma trégua. Mas calma lá: não é hora de baixar a guarda.

Segundo os últimos boletins do Ministério da Saúde, houve uma redução de 78% nos casos prováveis de dengue em comparação com o mesmo período de 2023. Uma queda que, convenhamos, é pra comemorar — mas com moderação.

Números que enganam?

"A gente tá vendo menos gente chegando desesperada nos postos com sintomas graves", conta Maria do Carmo, enfermeira de um UPA no interior de São Paulo. "Mas o bicho ainda tá solto por aí."

Os especialistas fazem coro: a redução é real, mas frágil. Como aquela dieta que funciona até chegar o final de semana. O clima mais seco em algumas regiões e as campanhas de prevenção podem ter dado uma ajudinha, mas o vilão Aedes aegypti continua à espreita.

Por que não podemos relaxar?

  • O verão está chegando — e com ele, as chuvas. O paraíso dos mosquitos.
  • Muitas cidades ainda têm índices de infestação preocupantes (sim, aquelas que ignoram os focos de água parada).
  • As quatro variações do vírus continuam circulando pelo país. Uma roleta-russa viral.

"Tem município que reduziu em 90%, outros em 50%... Não dá pra generalizar", alerta o infectologista Dr. Carlos Bastos, enquanto ajusta os óculos. "E olha que nem chegamos na temporada crítica ainda."

O que está funcionando?

Algumas estratégias parecem estar dando resultado — pelo menos temporário:

  1. Bloqueios mais rápidos: Quando aparece um caso, as equipes de saúde agem rápido para eliminar focos na região.
  2. Armadilhas inteligentes: Novas tecnologias estão ajudando a monitorar onde os mosquitos estão se reproduzindo.
  3. Conscientização: Parece clichê, mas aquela velha história de não deixar água parada ainda é a melhor defesa.

Mas tem um porém: "A população cansa. Depois de um tempo, todo mundo acha que o perigo passou e relaxa", lamenta a secretária de saúde de Goiás, em entrevista coletiva. "Aí o mosquito volta com tudo."

Enquanto isso, nos laboratórios, pesquisadores correm contra o tempo. A vacina contra dengue já existe, mas ainda não está disponível no SUS. "É uma questão de tempo e recursos", explica uma pesquisadora que prefere não se identificar. "Mas tempo é justamente o que o mosquito não nos dá."

O recado final? A dengue pode ter dado uma recuada, mas a guerra está longe de acabar. Melhor manter o repelente por perto — e a atenção ligada.