
Imagine seu coração literalmente doendo de tanto amor — ou melhor, de falta dele. Pois é, aquela dor de cotovelo que todo mundo já sentiu pode ser mais perigosa do que parece. A chamada Síndrome do Coração Partido (ou Cardiomiopatia de Takotsubo, para os íntimos) não é frescura: ela deforma o músculo cardíaco como se fosse um infarto de verdade.
Quando a Emoção Vira Algoço Físico
Pesquisadores da Universidade de Zurique — sim, os suíços meteram o bedelho — descobriram que o cérebro sob estresse emocional agudo (leia-se: chorar no banho ouvindo Adele) ativa as mesmas regiões que respondem ao dor física. O corpo, confuso, dispara uma enxurrada de hormônios do estresse que bagunçam o ritmo do coração.
Não é brincadeira: 5% das vítimas morrem durante a crise. E olha que os sintomas são quase idênticos aos de um ataque cardíaco:
- Dor no peito que parece um elefante sentado
- Falta de ar de quem acabou de correr da própria sombra
- Arritmia cardíaca tipo bateria de escola de samba
Quem Está no Grupo de Risco?
Mulheres na pós-menopausa lideram o ranking — talvez porque acumulem décadas de "não, amor, eu não estou brava". Mas jovens também entram na dança: um estudo com 3.000 pacientes mostrou que 15% dos casos vieram de estresse positivo (sim, até uma surpresa boa pode virar problema).
"É como se o coração ficasse paralisado de emoção", explica o cardiologista João Silva*, de São Paulo. "A ventrículo esquerdo incha feito balão, enquanto o direito trabalha normalmente — daí o formato de "armadilha de polvo" que deu nome à síndrome."
Como Diferenciar de um Infarto?
Aqui está o pulo do gato: na síndrome, as artérias estão limpinhas — o problema é puramente funcional. Exames de imagem mostram o coração deformado, mas sem bloqueios. O tratamento? Muita conversa (psicólogo virou item obrigatório), betabloqueadores e, em alguns casos, até antidepressivos.
E atenção: quem já teve um episódio tem 10% de chance de repetir o susto. Melhor pensar duas vezes antes de stalkear o ex no Instagram às 3 da manhã, não?
*Nome fictício porque até médico tem direito ao sigilo