
Numa cena que parece saída de filme — mas com toda a autenticidade da vida real —, uma noiva de Juiz de Fora (MG) transformou o setor de oncologia de um hospital em capela improvisada. O motivo? Garantir que sua avó, internada e em tratamento contra o câncer, não perdesse o momento mais importante de sua vida.
"Ela sempre disse que queria me ver de vestido branco", conta a noiva, com a voz embargada. E foi assim, entre sorrisos e lágrimas, que a equipe médica se tornou parte improvável da festa — alguns até improvisaram gravatas com máscaras cirúrgicas.
Um dia que ninguém vai esquecer
O hospital, que normalmente vive sob o ritmo tenso de alarmes e plantões, parou por uma hora. Enfermeiras arrumaram os cabelos, médicos afrouxaram os jalecos. Até o cheiro característico de antisséptico deu lugar ao perfume das flores.
Detalhes que fizeram diferença:
- O bolo, pequeno mas decorado com esmero, ficou sobre uma mesa de procedimentos
- As cadeiras da "igreja" eram cadeiras de rodas enfeitadas com fitas brancas
- O "altar" improvisado tinha como cenário uma janela com vista para a cidade
"Quando a vó começou a chorar, todo mundo chorou junto", lembra um dos enfermeiros. "Até o segurança durão ficou com os olhos vermelhos."
Mais que um casamento, uma lição
O noivo, que inicialmente tinha reservas sobre a ideia, acabou se tornando o maior entusiasta. "No fim, percebi que casamento não é sobre lugar, é sobre pessoas", reflete ele, enquanto ajusta a gravata nas fotos.
E a avó? Bem, ela garantiu que foi a convidada mais elegante da festa — mesmo de pijama hospitalar. "Melhor presente que eu poderia receber", disse, abraçando a neta com força que surpreendeu até os médicos.
Quem diria que um corredor de hospital, normalmente associado a dor e despedidas, se tornaria palco de um dos amores mais puros? Às vezes a vida escreve roteiros que nem os melhores dramaturgos conseguiriam imaginar.