Mariângeles Maia, Ex-Primeira-Dama do Rio, Morre aos 87 Anos: Uma Vida de Elegância e Dedicação
Morre Mariângeles Maia, ex-primeira-dama do Rio

A notícia chegou de mansinho, mas com o peso de uma era que se finda. Mariângeles Maia, aquela presença constante e elegante ao lado do ex-governador Marcello Alencar, nos deixou. Tinha 87 anos. A partida aconteceu neste sábado (6), mas foi só no fim da tarde que a família, num baque só, confirmou tudo.

Não foi uma doença longa e arrastada que a levou. Um acidente doméstico – desses banais, silenciosos e terrivelmente fatais – causou um traumatismo craniano. Ela não resistiu. A informação é que ela bateu a cabeça em casa, na Zona Sul do Rio. Foi internada às pressas, mas já estava inconsciente quando chegou ao hospital. Os médicos tentaram de tudo, é claro. Mas não deu.

O velório, aquele momento de despedida tão íntimo quanto público, vai ser neste domingo (7). Das 10h até às 16h, no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju. O sepultamento segue logo em seguida, no mesmo lugar. Um adeus discreto para uma mulher que nunca buscou os holofotes, mas que os carregava com uma dignidade natural.

Uma Dama Além do Cargo

Ela não era só 'a mulher do governador'. Longe disso. Mariângeles era, por direito próprio, uma das figuras mais queridas e respeitadas da sociedade carioca daquela época. Durante o mandato do marido, de 1995 a 1998, ela evitou o papel decorativo. Mergulhou de cabeça no trabalho social, especialmente com a Fundação para a Infância e Adolescência (FIA). As crianças, essas, sim, eram sua paixão visível.

Era impossível não notar seu estilo. Impecável, sempre. Uma elegância que parecia nascer com ela, sem esforço aparente. Mas quem a conhecia de perto sabia: por trás daquela postura serena, havia uma mulher de pulso firme e um coração enorme.

O Amor que Sobrevive à Política

Falecido em 2021, Marcello Alencar era mais do que seu marido; era seu parceiro de vida. Juntos, eles formavam um daqueles casais que pareciam saídos de um romance – ele, um político de carreira sólida; ela, o esteio elegante e forte. Ficou viúva há quatro anos, e quem sabe se uma parte dela não partiu naquele dia também.

Deixa três filhos – Marcello Alencar Filho, Mariana Maia e Marcilio Maia – e uma legião de netos. Um clã que, hoje, chora a matriarca. A que sempre estava lá, com um conselho sábio ou um simples abraço silencioso que valia por mil palavras.

O Rio perde um pouco do seu brilho. A política, aquela de salões e eventos, perde uma de suas últimas grandes damas. E a família perde seu centro. Mas fica o legado. A lembrança de uma mulher que, com graça e força, mostrou que o poder pode – e deve – ser exercido com humanidade.