Acre surpreende: duas cidades têm 100% de pais presentes nas certidões em 2025
Acre: 2 cidades sem pais ausentes em certidões em 2025

Num cenário onde a ausência paterna ainda é desafio nacional, duas cidades acreanas dão um banho de responsabilidade. Cruzeiro do Sul e Tarauacá — sim, você leu certo — fecharam o primeiro semestre de 2025 com um feito e tanto: zero registros de pais ausentes nas certidões de nascimento.

Enquanto no resto do país a média de não reconhecimento paterno beira os 5%, esses municípios viraram o jogo. "É resultado de uma política que une conscientização e facilitação", comenta Raimunda Silva, servidora do cartório de Cruzeiro do Sul, enquanto organiza pilhas de documentos que, diferente de outros lugares, têm todas as linhas paternas preenchidas.

Como eles conseguiram?

Não foi mágica, mas quase. A receita incluiu:

  • Mutirões mensais de reconhecimento de paternidade
  • Parceria com o Ministério Público para agilizar processos
  • Campanhas nas rádios locais com linguagem simples
  • Atendimento especializado nas zonas rurais — sim, de barco mesmo

E olha que curioso: em Tarauacá, onde o transporte fluvial é crucial, os cartórios itinerantes registraram mais reconhecimentos voluntários que na sede. "Quando a gente vai até as comunidades ribeirinhas, os pais ficam sem desculpa", brinca o oficial Jonas Matos, conhecido como "o cartorário do rio".

Efeito dominó positivo

Psicólogos locais já observam mudanças. "Crianças com pai no documento tendem a ter melhor desempenho escolar", aponta Dra. Eliane Fonseca, enquanto ajusta os óculos. Não é só papo furado — estudos comprovam que o reconhecimento paterno reduz em até 40% problemas comportamentais na adolescência.

Mas calma, não é perfeição. Alguns desafios persistem:

  1. Casos de pais falecidos antes do registro
  2. Mães que resistem a incluir o nome paterno
  3. Dificuldades em comunidades extremamente isoladas

Ainda assim, o feito é digno de nota. Enquanto grandes centros urbanos patinam com burocracias intermináveis, o Acre — sim, o sempre esquecido Acre — mostra que soluções simples, quando bem aplicadas, funcionam. Quem diria, hein?