
Não é exagero dizer que Campinas está vivendo um pesadelo. Só nesta quarta-feira (17/07), a prefeitura confirmou mais quatro mortes por dengue — e agora o município já soma 21 vítimas fatais em 2025. Um número que, convenhamos, deveria fazer todos correrem para tampar caixas d'água e virar potinhos de planta.
Segundo o boletim epidemiológico mais recente, a cidade já registrou quase 50 mil casos prováveis da doença neste ano. Para quem não sabe (ou prefere não lembrar), em 2024 todo o estado de São Paulo teve 85 mil notificações. Ou seja: Campinas sozinha está caminhando para bater metade disso em pleno julho.
Quem são as novas vítimas?
Dois homens e duas mulheres — todos adultos entre 35 e 68 anos. Detalhe cruel: três deles tinham comorbidades, mas um era previamente saudável. Prova de que o vírus não escolhe vítima, especialmente quando encontra um exército de mosquitos pronto para atacar.
A Secretaria Municipal de Saúde, que anda com a voz grossa de tanto repetir alertas, divulgou os bairros com maior incidência:
- Jardim São Gabriel
- Parque Oziel
- Vila Costa e Silva
- Região do Campo Grande
"É como enxugar gelo", admitiu um agente de saúde que preferiu não se identificar. "A gente faz a vistoria, elimina focos, e três dias depois já tem água acumulada em outro lugar."
O que está sendo feito?
Além das tradicionais nebulizações — aquelas caminhonetes que parecem estar fazendo fumaça artística —, a prefeitura anunciou:
- Ampliação de horários nas UPAs
- Testes rápidos em todas as unidades básicas
- Mutirões nos bairros críticos (de novo)
- Uma campanha nas redes sociais que, francamente, ninguém está vendo
Enquanto isso, nos hospitais, a cena é de filas intermináveis. "Tem dia que parece que estamos no auge da COVID", contou uma enfermeira do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, pedindo para não ter o nome divulgado. "Só que, desta vez, as pessoas chegam achando que é só uma 'febrezinha'."
E você? Já olhou seu quintal hoje? Porque se depender do Aedes aegypti, ele certamente já vasculhou o seu.