
Aos 89 anos, Manoel Carlos — ou simplesmente Maneco, como é carinhosamente chamado — surpreendeu o público ao revelar um diagnóstico que mudou sua rotina: Parkinson. O criador de tramas inesquecíveis como Laços de Família e Páginas da Vida agora enfrenta um enredo diferente, mas com a mesma dignidade que sempre marcou seus personagens.
"Não é fácil, mas também não é o fim do mundo", confessa ele, com aquela voz mansa que já embalou tantas histórias. O tremor nas mãos, sintoma mais visível da doença, aparece principalmente quando está cansado — mas some completamente quando ele se concentra em escrever, seu ofício de décadas.
Tratamento e adaptações
O plano de tratamento inclui:
- Medicação específica para controlar os sintomas
- Fisioterapia três vezes por semana
- Acompanhamento com neurologista especializado
- Yoga adaptada — sim, ele jura que ajuda!
Curiosamente, Maneco descobriu o diagnóstico por acaso. Durante consultas de rotina, o médico percebeu sinais sutis que ele mesmo atribuía "à idade". Hoje, brinca: "Parkinson veio sem convite, mas acabou ficando".
O que muda (e o que não muda)
A escrita? Continua. As caminhadas na Barra da Tijuca? Reduzidas, mas não abandonadas. Já as novelas... Bem, aí é outra história. "Não tenho mais a mesma energia para produções grandes", admite. Mas quem conhece Manoel Carlos sabe: dificilmente ele ficará sem contar histórias — mesmo que em formatos diferentes.
Entre os aprendizados, ele destaca: "A doença me ensinou a valorizar cada minuto. E a aceitar ajuda, algo que sempre me custou". A família — filhos e netos — tornou-se seu "porto seguro", como define.
Para fãs preocupados: sim, ele segue ativo. Escrevendo menos, mas com a mesma paixão. E com um novo projeto pessoal: documentar sua trajetória. "Quero deixar registrado não só o que fiz, mas como enfrentei isso aqui", diz, referindo-se ao Parkinson com naturalidade.