Assédio sexual no trabalho dispara 19% na região de Campinas: vítimas revelam abusos e medo
Assédio sexual no trabalho cresce 19% em Campinas

Parece que o pesadelo do assédio sexual no trabalho está longe de acabar – e piorou. Na região de Campinas, os números são de cortar o coração: um salto de 19% nas denúncias registradas pelo Ministério Público do Trabalho só no último ano. E olha que, convenhamos, isso é só a ponta do iceberg.

"Ele me encurralou no almoxarifado e disse que minha promoção dependia da minha 'flexibilidade'" – esse é apenas um dos relatos que chegam aos ouvidos dos procuradores. Tem gente que engole o choro junto com o cafezinho da manhã antes de encarar mais um dia de terror no escritório.

O jogo de poder que vira pesadelo

Não é brincadeira. O que começa com um "elogio" inconveniente pode virar um inferno diário. As vítimas – em maioria mulheres, mas não só – descrevem desde cantadas obscenas até ameaças veladas (ou nem tanto) sobre a permanência no emprego.

E sabe o que é pior? Muitas sequer reconhecem que estão sendo vítimas. "Achava que era normal, que fazia parte", confessa uma auxiliar administrativa que só percebeu o abuso quando colega passou pelo mesmo.

Por que Campinas?

Especialistas apontam três fatores que explicam – mas não justificam – o aumento:

  • Concentração de grandes empresas com estruturas hierárquicas rígidas
  • Cultura corporativa que ainda trata o problema como "mimimi"
  • Maior conscientização sobre os canais de denúncia

Sim, esse último item é uma faca de dois gumes. Bom que as pessoas estão denunciando mais, mas ruim que significa que o problema cresceu mesmo.

O silêncio que dói

"Me senti suja, envergonhada, e com medo de perder o emprego". Esse depoimento resume o calvário de quem sofre assédio. O MPT revela que 7 em cada 10 casos só são denunciados meses – às vezes anos – depois. Tem gente que só consegue falar quando já está em outro trabalho.

E os agressores? Ah, esses costumam ser figuras conhecidas: 65% são chefes ou pessoas em posição de autoridade. Não é à toa que o medo de represálias cala tantas bocas.

O que fazer?

Se você está passando por isso:

  1. Documente TUDO – mensagens, e-mails, testemunhas
  2. Procure o RH da empresa (mas se prepare para possível inação)
  3. Acione o MPT ou a Delegacia da Mulher se necessário
  4. Não se culpe – o erro nunca é da vítima

Enquanto isso, o MPT promete intensificar as fiscalizações. Mas será que isso basta? Num mundo ideal, ninguém precisaria de coragem para simplesmente trabalhar em paz.