
Cerca de 2 mil trabalhadores terceirizados da Refinaria Henrique Lage (REVAP), em São José dos Campos (SP), cruzaram os braços nesta segunda-feira (26) em um movimento grevista que promete impactar as operações da unidade.
Os funcionários, responsáveis por serviços essenciais de manutenção, limpeza e alimentação, reivindicam reajuste salarial acima da inflação, melhores condições de trabalho e o cumprimento de acordos coletivos.
Principais demandas dos grevistas:
- Aumento real nos salários (acima do índice inflacionário)
- Revisão do plano de cargos e salários
- Melhorias nas condições de segurança no trabalho
- Garantia de direitos previstos na convenção coletiva
Segundo lideranças sindicais, as negociações com as empresas terceirizadas estavam emperradas há meses, o que levou à decisão pela paralisação. "Estamos há mais de um ano sem qualquer avanço nas negociações. Os trabalhadores não aguentam mais ser desrespeitados", declarou um representante dos grevistas.
Impactos na refinaria
A REVAP, controlada pela Petrobras, é uma das principais refinarias do país, com capacidade para processar 252 mil barris de petróleo por dia. Embora a Petrobras afirme que a produção não foi afetada, fontes internas relatam que alguns setores já começam a sentir os efeitos da paralisação.
Especialistas alertam que, caso a greve se prolongue, pode haver reflexos no abastecimento regional de derivados de petróleo. A última grande paralisação na refinaria, em 2022, durou 12 dias e causou prejuízos milionários.
Próximos passos
Uma assembleia geral está marcada para quarta-feira (28), quando os trabalhadores decidirão se mantêm a greve ou aceitam novas propostas das empresas. O Sindicato dos Petroleiros da região já manifestou apoio ao movimento e promete acompanhar as negociações.
Enquanto isso, os piquetes continuam nos acessos à refinaria, com trabalhadores armando barracas e mostrando determinação em continuar a mobilização. "Não vamos desistir até conquistar nossos direitos", afirmou uma operária que preferiu não se identificar.