Eis que a política americana decide nos presentear com mais uma pérola de mau gosto. Numa tacada só, um dos braços direitos de Donald Trump resolveu reacender um debate que, pensávamos nós, estava enterrado desde os sufragistas do século passado.
O tal vídeo — porque sim, tudo hoje vira vídeo — circulou como rastro de pólvora em grupos conservadores. Nele, pastores de traje impecável e retórica duvidosa defendem, com ares de autoridade divina, que "o lugar da mulher não é na urna". Sim, você leu certo. Em pleno 2024.
O estrago nas redes sociais
Quando o conteúdo chegou ao Twitter (ou X, pra quem insiste nessa frescura), foi aquela fogueira das vaidades digital. De um lado, os apoiadores mais ferrenhos do ex-presidente, que nem pestanejaram ao compartilhar o material. Do outro, uma enxurrada de memes ácidos e críticas que fariam qualquer um pensar duas vezes antes de apertar "retweet".
E olha que a coisa não ficou só no mundo virtual. Jornalistas de plantão garimparam e descobriram: o tal assessor já tinha histórico de declarações machistas. Surpresa? Nem um pouco.
E as mulheres republicanas?
Aqui entra o paradoxo mais engraçado (se "engraçado" fosse a palavra certa). Boa parte da base eleitoral de Trump é composta justamente por... mulheres. Algumas até apareceram em defesa do assessor, dizendo que "ele não quis dizer exatamente isso". Outras, porém, ficaram com a pulga atrás da orelha.
Numa entrevista meio sem jeito, uma senhora de cabelos platinados e sorriso amarelo tentou justificar: "Ah, mas ele só compartilhou, não significa que concorda!". Típico. Quando a encrenca aperta, a estratégia é sempre a mesma — lavar as mãos como Pilatos.
Enquanto isso, nas universidades e nos grupos de ativismo, o assunto virou case de estudo. Professores de ciência política estão usando o caso para mostrar como certos discursos nunca morrem de fato — apenas hibernam, à espera de um ambiente propício para ressurgir.
