Quem Lucra com a Falta de Remédios para Emagrecer nos Postos de Saúde? O Jogo Político por Trás dos GLP-1
Quem lucra com a falta de remédios para emagrecer no SUS?

Parece que estamos sempre enxugando gelo. Enquanto a fila do SUS não diminui, uma discussão crucial – daquelas que realmente importam – fica emperrada nos corredores do poder. A pergunta que não quer calar: por que diabos os remédios mais modernos para tratar a obesidade severa não chegam a quem mais precisa?

Ora, estamos falando da semaglutida, dessa tal de liraglutida... nomes complicados para uma realidade simples: eles funcionam. E bem. Mas aí vem o pulo do gato – ou melhor, a armadilha burocrática.

O Labirinto Regulatório que Separa os Ricos dos Pobres

Imagine a cena: de um lado, as farmácias de alto padrão abarrotadas desses medicamentos. Do outro, postos de saúde com estoques mínimos ou... nada. A conta não fecha. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já deu o aval, mas aí entra em cena a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). E o processo emperra.

É um daqueles nós cegos que só desfaz quem tem interesse em mantê-lo apertado. Será que o problema é realmente técnico? Ou será que há um jogo de poder por trás dessa demora?

Os Números que Ninguém Quer Enxergar

A obesidade virou uma epidemia silenciosa no Brasil. Doenças cardiovasculares, diabetes, problemas articulares – tudo isso tem um denominador comum que poderia ser melhor combatido. Mas parece que preferimos tratar as consequências a atacar a causa.

E o mais irônico: muitos desses medicamentos, no longo prazo, representariam uma economia brutal para os cofres públicos. Menos cirurgias, menos internações, menos afastamentos do trabalho. A matemática é simples, mas a vontade política...

O Silêncio que Fala Mais Alto

O que mais choca não é a discussão em si, mas o mutismo que a envolve. Poucos se dispõem a falar abertamente sobre os reais obstáculos. Seria o lobby da indústria de alimentos? A resistência de planos de saúde? Ou simplesmente a velha e boa negligência com a saúde dos mais pobres?

Enquanto isso, famílias inteiras seguem dependendo de soluções paliativas. O obeso pobre é tratado como quem não tem força de vontade, quando na realidade enfrenta uma batalha biológica desigual.

Uma Luz no Fim do Túnel?

Algumas vozes começam a se levantar no Congresso e nas secretarias de saúde mais progressistas. A pressão por uma análise mais ágil e transparente ganha corpo. Mas o tempo urge – cada mês de delay significa milhares de vidas seguindo sem o tratamento adequado.

No fundo, essa história toda revela uma verdade incômoda: ainda avaliamos a saúde dos cidadãos pelo seu poder aquisitivo. E até quando vamos aceitar essa lógica perversa?