
Numa manhã que misturava sol forte com esperança, o presidente Lula desembarcou em Ceilândia com uma mensagem que ecoou entre moradores e profissionais de saúde: é hora de ampliar radicalmente o acesso à saúde no país. E não foram apenas palavras ao vento.
Durante o mutirão do Programa Nacional de Saúde na Comunidade, realizado neste sábado (13), o mandatário fez anuncios concretos que podem mudar o jogo do SUS. "Precisamos correr contra o tempo", afirmou, com aquela voz rouca que só quem fala muito com o povo desenvolve.
Mais Médicos: O Retorno Fortalecido
Lula não apenas defendeu a expansão do programa Mais Médicos como detalhou como isso acontecerá. A meta é ambiciosa: levar profissionais para onde a falta de médicos é crônica. E não se trata apenas de quantidade, mas de qualidade na formação e permanência desses profissionais.
"O programa não pode ser só uma colcha de retalhos", disparou o presidente, criticando versões anteriores que, segundo ele, careciam de estrutura adequada. Agora, a ideia é criar raízes profundas.
Hospitais Universitários: A Revolução Silenciosa
Mas a grande surpresa veio com o anúncio da construção de novos hospitais universitários. Essas unidades não são meros prédios - são centros de excelência onde ensino, pesquisa e atendimento se encontram.
Imagine: estudantes aprendendo na prática enquanto a população recebe atendimento de ponta. É uma daquelas raras situações onde todo mundo sai ganhando. Lula lembrou que muitos hospitais existentes precisam de reformas urgentes, mas que "é tempo de construir o novo enquanto consertamos o velho".
Ceilândia Como Símbolo
Não por acaso o anúncio aconteceu aqui. Ceilândia representa como poucos lugares a luta diária por dignidade no sistema de saúde. O mutirão realizado atendeu milhares de pessoas com serviços que vão desde consultas médicas até exames especializados.
Uma senhora de 72 anos, dona Maria, me contou enquanto aguardava oftalmologista: "A gente se sente invisível até dias como hoje". Suas palavras ecoam o que muitos brasileiros sentem.
O Desafio da Implementação
Claro que entre o discurso e a realidade há um abismo que só será transposto com muito trabalho. Recursos, planejamento e gestão competente serão cruciais para que essas promessas não virem poeira.
Lula reconheceu os desafios, mas manteve o tom otimista: "Se não fosse difícil, já estaria feito. Agora é arregaçar as mangas". O tempo dirá se as mangas foram arregaçadas o suficiente.
Enquanto isso, em Ceilândia, o mutirão seguia atendendo centenas de pessoas. Cada consulta, cada exame, cada receita médica representa um pequeno passo na longa jornada por um SUS que funcione de verdade.