
Pois é, a política taubateana esquentou de verdade nesta terça-feira. A Câmara Municipal, num daqueles movimentos que mostram quem manda de fato no jogo de poder, simplesmente passou por cima do prefeito Sérgio Victor Novo. A votação foi rápida, mas o estrago político? Esse pode ser duradouro.
O placar não deixou dúvidas: 13 votos a favor da derrubada dos vetos, e apenas 4 contra. Uma goleada legislativa que deixa o chefe do executivo em saia justa. A questão central era a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) – aquele documento chato, porém vital, que dita como a prefeitura vai gastar o dinheiro público no ano que vem.
O X da Questão: As Emendas que Viraram Caso de Polícia
O prefeito, claro, não gostou nem um pouco das mudanças que os vereadores enfiaram no texto original. Ele vetou dois pontos cruciais, achando que ia colar. Ledo engano.
O primeiro veto era sobre uma emenda que obriga a prefeitura a prestar contas detalhadas de todo e qualquer gasto com publicidade. Imagina só! Ter que mostrar ao pé do cruzeiro onde cada centavo da propaganda foi parar. O segundo veto tentava calar uma emenda que exige transparência total nos repasses feitos para aquelas famosas organizações sociais, as OSs. Área cinzenta e sempre polêmica, né?
Os vereadores, unidos como raramente se vê, consideraram os vetos um verdadeiro absurdo. “Isso aqui é sobre controle”, disparou um deles, sem papas na língua. “O povo tem o direito inalienável de saber para onde o suor do seu imposto está indo.”
E Agora, José?
Com a derrubada dos vetos, a LDO volta para as mãos do prefeito, mas agora com as emendas intactas. Sérgio Victor Novo é obrigado a sancionar a lei do jeito que a Câmara aprovou. Um belo de um baile, convenhamos.
O que isso significa na prática? Basicamente, a prefeitura de Taubaté vai ter que trabalhar de portas abertas em 2026. Vai ser obrigada a publicar relatórios mensais detalhando cada real gasto com marketing. E, o que é ainda mais significativo, terá que abrir a cortina dos repasses para as OSs, mostrando claramente os serviços prestados e os resultados alcançados. Nada mais justo, não é mesmo?
O episódio deixa claro que o legislativo local acordou para o seu papel. E deixa o prefeito numa sinuca de bico, tendo que engolir um controle que claramente não desejava. Fica a lição: em um ano que antecede eleições, a cobrança por transparência tende a aumentar – e muito. A cidade agradece.