
Numa decisão que pegou muitos de surpresa — inclusive os próprios promotores — a juíza Maria do Carmo Cardoso, da 3ª Vara Criminal do Recife, negou de forma categórica o pedido do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para arquivar as investigações contra a Esportes da Sorte.
O caso, que já dá o que falar há meses, envolve suspeitas de irregularidades na operação da empresa de apostas esportivas. E olha que o MPPE até tentou argumentar que não havia elementos suficientes para continuar a investigação, mas a magistrada não comprou a ideia.
O que diz a decisão?
No documento de 15 páginas (sim, ela caprichou na fundamentação), a juíza foi direta ao ponto: "Há indícios mais do que suficientes de possíveis ilícitos". Detalhe: ela citou especificamente relatórios do COAF e depoimentos de ex-funcionários que, segundo ela, "não podem ser ignorados".
Pra você ter ideia, um trecho da decisão diz: "Arquivar agora seria como fechar os olhos diante de uma tempestade que já dá sinais claros no radar". Metafórico, não? Mas eficiente.
E agora, o que acontece?
A investigação segue firme e forte. E tem mais: a juíza determinou que novas diligências sejam feitas, incluindo:
- Análise detalhada dos últimos 6 meses de transações financeiras
- Oitiva de mais 3 testemunhas que ainda não foram ouvidas
- Revisão de todos os contratos públicos firmados nos últimos 2 anos
Curiosamente, a defesa da Esportes da Sorte já havia comemorado antecipadamente quando o MPPE pediu o arquivamento. Agora, voltam à estaca zero. Um dos advogados, que preferiu não se identificar, resmungou: "É como jogar xadrez e, quando você acha que ganhou, o tabuleiro vira do avesso".
Enquanto isso, nas redes sociais, a polêmica esquenta. De um lado, os que defendem a empresa alegando perseguição. De outro, quem acredita que a justiça está, finalmente, "colocando o dedo na ferida".
Uma coisa é certa: esse caso ainda vai dar muito pano pra manga. E a juíza deixou claro que não vai ser pressionada — nem pelo MP, nem pela defesa, nem pela opinião pública.