
Eis que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, solta uma bomba no cenário político brasileiro — e que bomba! — ao mencionar ninguém menos que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Edson Fachin, como potencial candidato ao Senado. A declaração, feita com aquela casualidade que só os políticos veteranos dominam, não passou batida.
Mas calma lá, porque a reação do PT foi imediata e contundente. O líder da bancada, Zeca Dirceu, não mediu palavras: classificou a fala de Valdemar como "grave" e "preocupante". Na visão dele, um ministro do STF sequer deveria ser cogitado em disputas eleitorais — isso fere, e muito, a independência entre os Poderes.
O que mais chama atenção, pra ser sincero, é o timing dessa história. Fachin, que já deixou claro que não pretende permanecer no STF após os 75 anos (idade máxima pra exercer o cargo), virou peça num tabuleiro que mistura Justiça e política como se fosse normal. E aí, me pergunto: será que isso é mesmo apropriado?
Zeca Dirceu foi além e disparou: "Isso é uma afronta à democracia". Palavras duras, que ecoam um mal-estar que já vinha se arrastando entre o PL e o PT — dois partidos que, convenhamos, nunca foram exatamente aliados.
O PL, por sua vez, ainda não se manifestou oficialmente sobre a polêmica. Mas é inegável que a declaração de Valdemar joga lenha numa fogueira que já estava acesa. A relação entre o Judiciário e o Legislativo, sempre delicada, agora parece pendurar por um fio.
E não para por aí. Fachin, que até agora mantém silêncio absoluto sobre o assunto, virou o centro de uma especulação que — convenhamos — não ajuda em nada a imagem de neutralidade do Supremo. Como fica a credibilidade da Corte se seus membros são vistos como futuros candidatos?
O PT já sinalizou que pode levar o caso adiante, talvez até no próprio STF. Imagina só a ironia: questionar no Supremo a indicação de um ministro do Supremo. O circo está armado, e os palhaços — bem, esses a gente já conhece.
Enquanto isso, a classe política espera. Uns com curiosidade, outros com preocupação. O fato é que a declaração de Valdemar, seja estratégica ou apenas infeliz, mexeu com estruturas que deveriam ser intocáveis. E agora, Brasil?