
Numa conversa franca — daquelas que só quem já esteve no olho do furacão sabe como é —, Michel Temer soltou o verbo. E não foi com meias-palavras. O ex-presidente da República deixou claro que não gostou nem um pouco das investidas do atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
“Parece que ele não foi feliz naquela conduta”, disparou Temer, com aquela serenidade de quem já viu de tudo nesse meio. E olha, ele viu mesmo.
Numa entrevista ao canal BNews, o ex-mandatário não só criticou o tom adotado por Tarcísio, como defendeu Moraes com unhas e dentes. Para Temer, o ministro é, acima de tudo, “um grande jurista”. Alguém que merece respeito — e não ataques públicos.
O pano de fundo: a crise entre Executivo e Judiciário
Não é de hoje que a relação entre alguns governadores e o STF anda mais gelada que inverno no Sul. Tarcísio, que já foi ministro do governo Bolsonaro, tem se posicionado de maneira bastante crítica em relação a decisões judiciais — Moraes, em especial, virou alvo constante.
Mas, segundo Temer, esse não é o caminho. Na visão dele, é preciso manter o equilíbrio entre os Poderes. “Cada um no seu quadrado”, como diria o povo nas ruas.
E não para por aí. O ex-presidente foi além e elogiou a postura do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, em relação às investigações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Para Temer, Barroso agiu com “coragem e independência” — dois valores que, em tempos tão conturbados, parecem cada vez mais raros.
E as respostas? Bem… não vieram.
Até agora, Tarcísio de Freitas não se manifestou publicamente sobre as declarações de Temer. O silêncio, convenhamos, é eloquente.
Enquanto isso, o debate sobre a independência entre os Poderes segue aquecendo os grupos de WhatsApp e as mesas de bar. De um lado, os que defendem um Judiciário mais enérgico; de outro, os que acusam o STF de ultrapassar seus limites.
Temer, com a experiência de quem já navegou por águas muito mais turbulentas, parece preferir o meio-termo. “Diálogo, não confronto” — essa poderia ser a síntese do seu recado.
E você, o que acha? Até onde podem ir as críticas de um governador contra um ministro do Supremo?