
Parecia cenário de filme de ação, mas era pura realidade brasiliense nesta quarta-feira. Quem passava perto do Supremo Tribunal Federal levava um susto: o lugar parecia uma fortaleza inexpugnável. E não era para menos – o julgamento envolvendo Jair Bolsonaro exigiu um esquema de segurança que beirou o extraordinário.
O cerco começou cedo. Bem antes das primeiras horas do dia, homens fardados já montavam barreiras, fechavam vias e estabeleciam perímetros de contenção. Não se mexia uma folha naquela região sem que os agentes soubessem. Um verdadeiro aparato que misturava prevenção e ostensão de força.
E não era exagero. Fontes ouvidas pela reportagem confirmaram que o efetivo foi reforçado consideravelmente, com tropas especiais posicionadas em pontos estratégicos. Quem trabalha por ali há anos garantiu: "Nunca vi nada assim, nem em 2013".
O clima dentro e fora
Dentro do STF, a tensão era palpável. Ministros, assessores e até servidores mais antigos comentavam sobre a atmosfera carregada. Alguns chegavam a comparar com os tempos do mensalão, mas admitiam: agora era diferente. Mais tecnológico, mais organizado, mais… assustador.
Lá fora, o cidadão comum sentia na pele. O comércio local amanheceu com menos movimento – muitos clientes habituais evitaram a área com medo de confusão. "Melhor perder um dia de venda do que ficar no meio do caos", resignou-se um dono de lanchonete, enquanto observava o movimento (ou a falta dele).
E o trânsito?
Ah, o trânsito. Quem precisou passar perto do Plano Piloto se preparou para o pior. E de fato… o caos foi considerável. Várias ruas simplesmente desapareceram do mapa de opções, desviando motoristas para rotas alternativas que rapidamente se transformaram em estacionamentos a céu aberto.
Alguns tentaram a sorte mesmo assim. Resultado? Voltas intermináveis, GPS completamente perdido e muita, muita paciência testada. Quem conseguiu chegar onde queria merecia medalha – ou pelo menos um café bem forte.
Curiosamente, nem todos reclamaram. Moradores de algumas vias laterais comemoraram o silêncio incomum. "Até que enfim dá para ouvir os pássaros aqui", brincou uma senhora, enquanto observava a movimentação de longe, da janela de seu apartamento.
E agora?
O julgamento segue – e a segurança também. Ninguém arrisca palpitrar quando tudo voltará ao normal, mas uma coisa é certa: o aparato permanece de prontidão. Os agentes seguem firmes, os bloqueios continuam e o STF mantém sua aura de fortaleza judicial.
Resta saber se todo esse esquema se tornará padrão para eventos de alta tensão no futuro. Para alguns especialistas, infelizmente, sim. Os tempos mudaram – e a segurança também.