
E aí que a bomba estourou. Na tarde desta quarta-feira, o ministro do Esporte, Vinícius Sabino, simplesmente apareceu no Palácio do Planalto com a carta na mão. Aquele papel que ninguém quer entregar, mas que às vezes a situação obriga.
O clima? Tenso, pra dizer o mínimo. Sabino, visivelmente abalado com a pressão que vinha sofrendo — e não era pouca — resolveu botar um ponto final na história. Mas é aí que a coisa ficou interessante.
Lula, no seu estilo característico, não aceitou na hora. Olhou pro ministro e soltou a frase que mudou o jogo: "Me dá um tempo". Dois segundos de silêncio que pareceram uma eternidade. Um pedido, ou talvez uma ordem disfarçada, de quem ainda está tentando arrumar as peças no tabuleiro.
O xadrez político por trás da cena
O que muita gente não percebe é que a saída de Sabino não é um fato isolado. Tá ligada a uma dança das cadeiras muito maior, que envolve ninguém menos que o deputado André Fufuca (PP-MA), um dos presidentes da Câmara. A conversa nos bastidores é que Fufuca seria o escolhido para assumir a pasta do Esporte.
Mas calma lá que a história tem mais camadas que uma cebola. Para que Fufuca possa troar o Congresso pelo ministério, sua vaga de deputado precisaria ser assumida pela suplente… Jura? A própria mulher dele, Fran Fufuca. Uma manobra que, convenhamos, não é exatamente incomum na política brasileira, mas que sempre dá o que falar.
E não para por aí. A entrada do PP no governo fortaleceria a base aliada, mas criaria um problemão: a saída do Republicanos, que hoje ocupa a pasta dos Portos e Aeroportos com Sílvio Costa Filho. Tudo conectado, um verdadeiro dominó.
Por que Lula está segurando Sabino?
Boa pergunta. A impressão que fica é que o presidente comprou um tempo precioso. Ele precisa acertar todos os detalhes dessa reforma ministerial antes de deixar Sabino cair do cavalo. Um movimento em falso agora poderia desestabilizar a base e criar mais confusão.
Sabino, por sua vez, segue numa saia justa. Assumiu o ministério prometendo revolucionar a gestão, mas se vê encurralado por críticas e pressões de todos os lados. Entrega a carta, mas fica na corda bamba, esperando o sinal verde do chefe.
O que vai acontecer? Sinceramente, ninguém sabe ao certo. O jogo político é dinâmico e um acordo pode desmoronar em questão de horas. Mas uma coisa é certa: o Planalto não vive um momento de tanta expectativa desde as últimas eleições.
Enquanto isso, o país acompanha — meio atordoado, é verdade — mais um capítulo da novela ministerial. Fica a dúvida no ar: será que Lula consegue costurar essa saída elegante, ou a crise no Ministério do Esporte vai virar um verdadeiro pandemônio?