
Numa manobra que mistura o sabor amargo do café com o gelo dos drinks americanos, o líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes, sentou-se à mesa com Eduardo Bolsonaro em território estadunidense. O assunto? Uma daquelas conversas que não se tem por telefone – algo grande, delicado, que exige discrição absoluta.
E o que seria, afinal? A tal da anistia. Sim, aquela mesma que promete lavar a ficha de centenas de condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. Um tema espinhoso, que divide águas e esquenta os ânimos em Brasília.
Os Bastidores do Encontro Transatlântico
O encontro, longe dos holofotes da mídia nacional, aconteceu nos Estados Unidos. Por que lá? Bom, às vezes a distância geográfica oferece a privacidade que certos acordos políticos exigem. Eduardo, filho do ex-presidente, já é uma figura conhecida nos corredores de Washington – e parece ter virado uma ponte informal para negociatas do campo bolsonarista.
Altineu Côrtes, por sua vez, não viajou a passeio. A agenda era clara: costurar um entendimento sobre como viabilizar a anistia no Congresso. E olha, não vai ser fácil. A oposição já está de antenas ligadas, pronta para travar qualquer movimento nesse sentido.
O que Está em Jogo na Anistia?
Imagine só: mais de 1,4 mil pessoas já foram condenadas pelos atos de vandalismo em praças públicas e sedes do poder. Para muitos no PL e na base aliada, são "patriotas" que merecem uma segunda chance. Para outros, são criminosos que tentaram rasgar a Constituição.
- Impacto eleitoral: A anistia pode ser uma moeda de troca valiosa para galvanizar o eleitorado mais radical.
- Divisão interna: Até mesmo entre os apoiadores de Bolsonaro há quem ache a medida um tiro no pé.
- Custo político: O governo Lula certamente usará o tema como arma contra a oposição.
Não é só sobre limpar nomes – é sobre reescrever a narrativa do que aconteceu naquele janeiro que ninguém esquece.
E Agora, José?
A reunião nos EUA deixa claro que o assunto não morreu. Pelo contrário: está sendo cozinhado em fogo brando, longe da pressão da imprensa brasileira. Resta saber se a estratégia vai vingar ou se vai criar mais um terremoto político.
Uma coisa é certa: o tema da anistia vai voltar com força aos noticiários. E quando voltar, lembre-se dessa conversa entre quatro paredes – ou melhor, entre arranha-céus americanos.