
Eis que a poeira começa a baixar - e a realidade aparece com toda força. Uma pesquisa Datafolha encomendada pelo jornal Folha de S.Paulo joga um balde de água fria nos entusiastas do impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Os números são claros como água de riacho: o apoio à medida despencou feito avião sem motor.
O que era um murmúrio agora vira um estrondo. Apenas 36% dos brasileiros defendem a saída do ministro do Supremo. Trinta e seis! Parece até número de jogo do bicho, mas é a pura verdade. E olha que o negócio caiu 8 pontos percentuais desde abril - uma queda livre que deixaria qualquer montanha-russa com inveja.
Do outro lado da moeda, 51% da população simplesmente rejeitam a ideia. Mais da metade do país diz "não, obrigado" ao impeachment. E os indecisos? Bem, 13% ainda estão naquele vai-não-vai que todo brasileiro conhece bem.
O que dizem os números por aí
Quando a gente abre o guarda-chuva dos recortes, a coisa fica ainda mais interessante. Nas regiões Norte e Centro-Oeste, o apoio até que é mais quente - 44% e 43%, respectivamente. Já no Nordeste, a galera está bem mais tranquila: só 29% topam a ideia.
E não para por aí. Quem tem ensino superior basicamente fecha a porta para o impeachment (61% contra). Nas faixas etárias, os jovens entre 16 e 24 anos mostram-se os mais resistentes - 58% dizem não. Até por renda a coisa varia: nas classes A e B, a rejeição chega a 62%, enquanto na D e E fica em 45%.
E o Congresso Nacional?
Aqui a história muda de figura - e como muda! Na Câmara dos Deputados, o apoio ao impeachment ainda resiste como praga de fim de verão. Um levantamento paralelo indica que 257 deputados (50% da Casa) assinariam embaixo da medida. No Senado, a coisa é mais morna: 34 senadores (41%) apoiariam a ideia.
Mas calma lá que tem um detalhe importante: para o impeachment realmente sair do papel, seriam necessários 257 votos favoráveis na Câmara e 41 no Senado. Ou seja, está tudo no fio da navalha - um espirro mais forte e o negócio desanda.
O timing da pesquisa
Não é coincidência que essa pesquisa apareça justamente agora. O Datafolha ouviu 2.826 brasileiros entre 2 e 3 de setembro - dias depois daquele rebuliço todo com a quebra de sigilos telemáticos de parlamentares. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com confiança de 95%.
Parece que o povo brasileiro, com sua sabedoria peculiar, está mandando um recado claro: "Chega de turbulência, vamos cuidar do que importa". A defesa das instituições democráticas aparece como prioridade máxima para a maioria.
Os números falam por si - e como falam! Enquanto alguns tentam empurrar a narrativa do impeachment, o brasileiro médio parece ter outras preocupações. Quem diria, não?