
Eis que o clima no Planalto ficou mais pesado que arroz de terceira-feira. Arthur Lira, presidente da Câmara, deu o tom na reunião com líderes partidários: a anistia a parlamentares punídos pelo STF será votada, queiram ou não.
Não foi um anúncio, foi quase um ultimato. E olha que ele nem disfarçou a pressão que vem sofrendo dos colegas - a tal "base aliada" que mais parece um campo minado prestes a explodir.
O Xadrez Político
Do outro lado, o governo não ficou parado. Ricardo Barros, líder governista, já articula a resposta. Fontes próximas a ele dizem que a estratégia é travar a pauta sem parecer que está travando. Afinal, ninguém quer bancar o vilão abertamente.
É aquela dança usual de Brasília: passos para frente, rodopios, e recuos calculados. Só que desta vez a música está mais acelerada.
Os Bastidores
Lira deixou claro que a pressão interna é insustentável. Parlamentares punidos em operações como Lava Jato e outros casos não aguentam mais esperar. Eles querem suas carteiras de volta, seus direitos políticos restaurados. E querem para ontem.
O Planalto, por sua vez, teme o custo político. Reintegrar figuras polêmicas num ano eleitoral? É pedir para virar alvo fácil da oposição e da mídia.
Barros trabalha nos bastidores para convencer Lira a adiar a votação. Oferece em troca outras pautas prioritárias do governo. Mas será que isso basta?
O que Esperar
A verdade é que ninguém sabe como isso vai terminar. Lira demonstra confiança, mas especialistas políticos veem um jogo de poder complexo.
O presidente da Câmara precisa manter sua base unida. O governo precisa evitar desgastes. E no meio disso tudo, o STF observa com atenção cada movimento.
Uma coisa é certa: os próximos dias serão decisivos. E o placar político pode mudar radicalmente dependendo do resultado dessa queda-de-braço.