
Eis que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, dá uma guinada surpreendente nos acontecimentos. Na tarde desta quarta-feira, ele autorizou – pasmem – que Arthur Lira, o todo-poderoso presidente da Câmara dos Deputados, faça uma visita pessoal e não virtual a Jair Bolsonaro.
E não é qualquer hora, não. O encontro está marcado para esta quinta-feira, dia 29. Sabe qual a importância da data? É justamente a véspera do julgamento no TSE que pode tornar o ex-presidente inelegível por oito longos anos. Coincidência? O timing é, no mínimo, curiosíssimo.
A decisão saiu da lavra do próprio Moraes, que atua como relator do inquérito das fake news e também responde pelo monitoramento eletrônico que pesa sobre Bolsonaro. O pedido partiu da defesa do ex-presidente, é claro, argumentando que Lira precisa tratar de "assuntos de natureza política" com seu apoiador. Moraes topou, mas com uma condição bem específica: a visita tem de ser presencial e monitorada pelos agentes da Polícia Federal.
O que Está em Jogo no TSE?
O julgamento no Tribunal Superior Eleitoral é a espada de Dâmocles sobre a cabeça de Bolsonaro. A corte vai analisar aquela reunião infame com embaixadores, em julho do ano passado, onde ele criticou ferrenhamente o sistema eleitoral brasileiro. A acusação é grave: abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
Se perder a causa, Bolsonaro pode ficar de fora das eleições até 2030. Um terremoto na política nacional, convenhamos.
O Encontro Sob Vigília
A autorização de Moraes não é um cheque em branco. Longe disso. A PF vai estar lá, de olho em tudo, garantindo que a conversa entre Lira e Bolsonaro não ultrapasse os limites do combinado. Nada de celulares, nada de gravações. Apenas um diálogo frente a frente, sob supervisão estatal.
O que será que eles vão articular? Estratégias de defesa? Alinhamento político para o pós-julgamento? O placar do último jogo? A especulação corre solta, e o clima em Brasília está eletrizante.
Uma coisa é certa: o STF, mais uma vez, está no centro do tabuleiro político, controlando os movimentos das peças com mão firme. E todo o país aguarda, com o fôlego suspenso, os desdobramentos das próximas 48 horas.