Hugo Motta perde apoio na Câmara após rebelião: aliados apontam erros estratégicos
Hugo Motta perde apoio após rebelião na Câmara

O clima na Câmara dos Deputados está mais tenso do que fila de banco em dia de pagamento. E o estopim? Uma série de decisões questionáveis do presidente Hugo Motta (PL-PB) que, segundo aliados, foram a gota d'água para a revolta generalizada.

"Foi um desastre anunciado", confessa um deputado governista que pediu para não ser identificado. "Quando você ignora o placar político, toma decisões na base do 'eu acho' e ainda por cima fecha os ouvidos para os aliados... bem, o resultado é esse motim que estamos vendo."

Os principais erros apontados

Entre os principais pontos de atrito que levaram à rebelião:

  • Falta de diálogo: Motta preferiu o isolamento a construir pontes, deixando até mesmo aliados de longa data no escuro sobre decisões cruciais
  • Timing desastroso: Medidas polêmicas foram anunciadas em momentos de alta tensão, como a recente crise no Rio Grande do Sul
  • Centralização excessiva: "Ele governava como se estivesse no seu gabinete na Paraíba, não à frente de uma Casa plural", critica um colega de partido

Não bastasse isso, a gota d'água veio com a condução da PEC que altera o piso salarial de servidores. "Foi o estopim, mas o barril de pólvora já estava cheio", comenta uma deputada que acompanhou de perto a crise.

O preço do isolamento

O que mais choca os observadores é como um político experiente como Motta — que já foi líder do governo na Câmara — subestimou tanto o desgaste acumulado. "Ele confundiu lealdade com obediência cega", analisa um veterano do centrão.

O resultado? Uma rebelião que pegou até os mais próximos de surpresa. "Na quarta-feira ainda estava tudo 'sob controle'. Na quinta, o palácio pegava fogo", compara um assessor direto.

Enquanto isso, a oposição esfrega as mãos. "Quando o inimigo comete suicídio político, nosso trabalho fica mais fácil", brinca um oposicionista, sem disfarçar o sorriso.