
O Palácio do Planalto soltou fogo nesta quarta-feira (30) — e não foi foguete de festa junina. Num tom que misturava indignação com ironia fina, o governo federal mandou um recado claro ao ex-presidente americano Donald Trump: 'Aqui não é quintal de ninguém'.
O estopim? Comentários do republicano sobre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo fontes próximas ao Planalto, a declaração de Trump foi considerada 'absurda, desrespeitosa e fora da casinha' — como diria o brasileiro médio no boteco.
O que exatamente aconteceu?
Na terça-feira (29), durante entrevista a um podcast conservador nos EUA, Trump soltou essa pérola: 'Esse tal de Moraes está destruindo a democracia no Brasil'. Detalhe: sem apresentar provas, como de costume. O ex-mandatário ainda sugeriu — pasmem — que os EUA deveriam 'tomar providências'.
Não deu outra. O Itamaraty acionou o modo 'vai ter resposta, sim':
- Nota oficial de 3 parágrafos, com direito a citações da Constituição
- Defesa ferrenha da independência do Judiciário brasileiro
- Alerta sobre 'violação grosseira do direito internacional'
E olha que interessante: o texto nem mencionou Trump pelo nome. Usou a elegante fórmula 'declarações de autoridade estrangeira' — o que, na linguagem diplomática, equivale a um belo de um 'fala pouco e anda'.
Por que isso importa?
Além da óbvia questão de soberania (ninguém gosta de patrão estrangeiro mandando no quintal), o caso escancara duas realidades:
- O Brasil virou peça no xadrez político americano — principalmente com as eleições de 2026 se aproximando
- Moraes segue sendo o ministro mais polêmico (e, paradoxalmente, mais blindado) do STF
Curiosidade: nos bastidores, assessores do Planalto brincaram que 'Trump deve estar com saudade das multas que levou por lá' — referência às condenações judiciais do ex-presidente nos EUA.
Enquanto isso, nas redes sociais, a treta rendeu. De memes comparando Trump a personagens de novela até análises acadêmicas sobre neocolonialismo digital. O Brasil, mais uma vez, mostrou que — nas palavras de um analista político — 'discordamos de tudo, menos quando vem gringo querendo dar pitaco'.