
O Brasil decidiu não ficar de braços cruzados diante daquilo que muitos especialistas já chamam de "tiro no pé" da política comercial americana. Nesta quarta-feira, o governo brasileiro formalizou uma queixa contra os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC) — e olha que a coisa não para por aí.
"É um atalho perigoso", disparou um alto funcionário do Itamaraty, que preferiu não se identificar. Segundo ele, as tarifas impostas por Donald Trump sobre o aço e o alumínio brasileiros podem desencadear uma reação em cadeia difícil de controlar. Algo como empurrar o primeiro dominó de uma fileira interminável.
O jogo das retaliações
Você sabe como é: quando um país grande espirra, os menores pegam pneumonia. Dessa vez, porém, o Brasil parece disposto a tossir de volta. A estratégia? Levar o caso à OMC enquanto avalia medidas compensatórias — sim, aquelas que doem no bolso.
- As tarifas americanas atingem 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio
- O Brasil é o 2º maior fornecedor de aço dos EUA
- Prejuízos podem ultrapassar US$ 1 bilhão só este ano
E aqui vem o pulo do gato: enquanto discute na OMC, Brasília já estuda retaliar com taxações sobre produtos como trigo, etanol e... pasme, até mesmo o suco de laranja. Parece brincadeira, mas é guerra comercial de verdade.
O risco do efeito dominó
O que mais preocupa os economistas não é só o prejuízo imediato — que já é considerável. O verdadeiro perigo está naquela velha história: "quem com ferro fere, com ferro será ferido". Ou seja, quando grandes economias começam a levantar barreiras, todo mundo sai perdendo.
"É como se todos resolvessem construir muros ao mesmo tempo", compara um analista do setor, que pediu para não ser identificado. "No final, o comércio internacional vira um labirinto onde ninguém consegue sair."
Enquanto isso, no Planalto, o tom é de cautela misturada com firmeza. Oficialmente, o governo prefere o diálogo. Mas deixou claro: se precisar, sabe onde apertar. Resta saber se Washington vai entender o recado — ou se vai precisar sentir no bolso para levar a sério.